A capa da edição especial de IstoÉ sobre o segundo turno da eleição municipal de Belo Horizonte |
A revista semanal IstoÉ, que chegou às bancas neste final de semana, teve uma edição nacional e outra especial para Belo Horizonte, com uma reportagem-bomba revelando que o candidato a prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, do PHS, não consegue explicar a origem de 2,2 milhões que doou à própria campanha. Segundo IstoÉ, Kalil estaria iludindo o eleitor e se apresentando como um grande gestor, mas suas empresas desprezam os direitos dos trabalhadores e acumulam dívidas milionárias.
Além dos problemas financeiros apontados por IstoÉ, a campanha de Kalil está cercada de muitos mistérios.
É que seu companheiro de chapa, o candidato a vice-prefeito Paulo Lamac é um ex-petista que se bandeou para a Rede de Marina Silva, em razão da implosão do PT em decorrrência das roubalheiras e corrupção reveladas pela Operação Lava Jato, sendo que Lula, o chefão petista, já é réu em três processos.
Por baixo dos panos Alexandre Kalil tem o apoio do PT pelas mãos do governador Fernando Pimentel. O vice na chapa de Kalil, Paulo Lamac, tem como “padrinho” Pimentel, que o lançou na política mineira.
A jogada no PT nessa história é a possibilidade de Lamac, no caso de vitória de Kalil, assumir a Prefeitura. A expectativa petista é que Kalil poderia ser condenado em segunda instância na Justiça Federal em decorrência de processo a que responde por não ter recolhido o INSS dos trabalhadores de suas empresas.
A eleição em Belo Horizonte, segundo o Ibope, estaria muito equilibrada. Houve um inusitado crescimento da campanha de Alexandre Kalil nos últimos dias mas as mais recentes pesquisas sugerem um equilíbrio em nível de virada a favor do tucano João Leite.
Faço a seguir a postagem da primeira parte da reportagem-bomba de IstoÉ que faz estremecer Belo Horizonte, com link ao final para leitura completa.
Leiam:
BALANÇA E PODE CAIR
Nos debates do segundo turno, o tucano desafiou Kalil a explicar a origem de R$ 2,2 milhões que ele próprio destinou à sua campanha. Trata-se de uma quantia enorme para o dono de duas empreiteiras que se encontram atoladas em dívidas, até com a Prefeitura de Belo Horizonte, e que colecionam uma série de processos por continuamente desrespeitar os direitos trabalhistas, inclusive tomando recursos dos funcionários e não repassando-os ao FGTS e ao INSS, como denunciaram diversos antigos empregados. Em sua declaração de Imposto de Renda, apresentada à Justiça Eleitoral, Kalil declarou ser dono de um patrimônio avaliado em R$ 2,7 milhões, incluindo sociedade em alguns imóveis, quatro motos Harley Davidson, um Mercedes e um Land Rover. Como poderia, então, alguém que tem um patrimônio de R$ 2,7 milhões doar, em espécie, R$ 2,2 milhões para a campanha? Quando indagado por João Leite, Kalil nada respondeu. Assessores, no entanto, fizeram chegar a jornais e rádios de Belo Horizonte que o candidato do PHS havia vendido um imóvel para obter os recursos declarados no TSE. Na quarta-feira 26, ISTOÉ perguntou a Kalil qual seria a origem dos recursos. No email encaminhado à campanha, a reportagem questiona que imóvel teria sido vendido, qual o valor da venda, o nome do comprador e o cartório em que fora registrada a negociação. Até o fechamento dessa edição, nenhuma resposta havia sido dada. Na quinta-feira, procuradores do TRE de Minas afirmaram à ISTOÉ que, nos próximos dias, independentemente do resultado da eleição, Kalil e o PHS terão que justificar a origem dos R$ 2,2 milhões. “As contas da campanha precisam ser transparentes e o eleitor tem que saber de onde vem o dinheiro gasto pelos candidatos”, disse o procurador. “Ele pode até vencer a eleição, mas se não comprovar a legalidade da campanha corre o risco de não tomar posse”
As mais recentes pesquisas revelam que a disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte (MG) chega na reta final absolutamente indefinida. Depois de promover uma campanha marcada pela agressividade e pela absoluta falta de compromisso com a verdade, o candidato do PHS, Alexandre Kalil, ex-presidente do Clube Atlético Mineiro, passou a última semana contabilizando uma enorme perda de votos. De acordo com o Ibope divulgado na quinta-feira 27, ele perdeu dois pontos percentuais das intenções de voto em apenas sete dias. Kalil e o tucano João Leite estão em empate técnico. O primeiro, segundo o Ibope, soma 39% e Leite cresceu para 36%. “É natural que logo depois do primeiro turno houvesse um crescimento da candidatura de Kalil devido ao seu maior tempo de exposição no horário eleitoral nesse segundo turno. Mas, nos últimos dias, o eleitor passou a verificar que o candidato é uma fraude montada por marqueteiros”, analisa o cientista político André Ventura. De fato, na última semana, ficou claro que os fatos desmentem as falas do candidato do PHS. Ele não consegue sequer explicar de onde vêm os recursos destinados à sua campanha e até esconde o fato de receber “clandestinamente” o apoio do PT.
BALANÇA E PODE CAIR
Nos debates do segundo turno, o tucano desafiou Kalil a explicar a origem de R$ 2,2 milhões que ele próprio destinou à sua campanha. Trata-se de uma quantia enorme para o dono de duas empreiteiras que se encontram atoladas em dívidas, até com a Prefeitura de Belo Horizonte, e que colecionam uma série de processos por continuamente desrespeitar os direitos trabalhistas, inclusive tomando recursos dos funcionários e não repassando-os ao FGTS e ao INSS, como denunciaram diversos antigos empregados. Em sua declaração de Imposto de Renda, apresentada à Justiça Eleitoral, Kalil declarou ser dono de um patrimônio avaliado em R$ 2,7 milhões, incluindo sociedade em alguns imóveis, quatro motos Harley Davidson, um Mercedes e um Land Rover. Como poderia, então, alguém que tem um patrimônio de R$ 2,7 milhões doar, em espécie, R$ 2,2 milhões para a campanha? Quando indagado por João Leite, Kalil nada respondeu. Assessores, no entanto, fizeram chegar a jornais e rádios de Belo Horizonte que o candidato do PHS havia vendido um imóvel para obter os recursos declarados no TSE. Na quarta-feira 26, ISTOÉ perguntou a Kalil qual seria a origem dos recursos. No email encaminhado à campanha, a reportagem questiona que imóvel teria sido vendido, qual o valor da venda, o nome do comprador e o cartório em que fora registrada a negociação. Até o fechamento dessa edição, nenhuma resposta havia sido dada. Na quinta-feira, procuradores do TRE de Minas afirmaram à ISTOÉ que, nos próximos dias, independentemente do resultado da eleição, Kalil e o PHS terão que justificar a origem dos R$ 2,2 milhões. “As contas da campanha precisam ser transparentes e o eleitor tem que saber de onde vem o dinheiro gasto pelos candidatos”, disse o procurador. “Ele pode até vencer a eleição, mas se não comprovar a legalidade da campanha corre o risco de não tomar posse”
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