"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

CANDIDATO DE RENAN A PREFEITO DE MACEIÓ ACUSADO DE ESCONDER BENS

ANTES DE SER PREFEITO, CÍCERO ALMEIDA DECLAROU BENS DE R$46 MIL
AÇÃO COBRA DÍVIDA DE CIÇO E REVELA BENS NÃO DECLARADOS PELO CANDIDATO

A existência de uma ação judicial que cobra a execução da dívida de R$ 200 mil do candidato a prefeito de Maceió Cícero Almeida, o Ciço (PMDB), já seria um fato questionável para quem se propõe a voltar a administrar a capital de Alagoas. 
Mas o processo que tramita desde 2015 no Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) revela detalhe mais grave do que a denúncia de um suposto calote na negociação de apartamentos de alto padrão pelo deputado federal e ex-prefeito peemedebista: um flagrante de ocultação de bens pelo candidato apoiado pelo presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL).

É que a negociação relatada no processo nº 0730956-02.2015.8.02.0001 envolve dois apartamentos de R$ 700 mil que não teriam sido declarados por Ciço à Receita Federal, na compra de um outro apartamento de R$ 1,6 milhão, no bairro mais rico de Maceió. Nenhum dos três imóveis consta nas listas de patrimônio apresentadas à Justiça Eleitoral para o registro de candidaturas.

Os eleitores da capital alagoana precisam saber por que Cícero não declarou os bens, mesmo tendo assinado, em 09 de junho de 2015, instrumento particular de promessa de compra e venda em que declarou ser proprietário e possuidor dos imóveis dados como pagamento de R$ 1,4 milhão, complementares ao sinal de R$ 200 mil, no quarto mês do primeiro ano de seu mandato de deputado federal.

Com base no documento registrado no Cartório do 2º Ofício de Notas do Centro de Maceió em 15 de junho de 2015, o corretor de imóveis Bruno Lisboa Goes moveu a ação em que cobra apenas o valor do sinal, que já teria ultrapassado os R$ 276 mil em valores corrigidos. O que comprova que Cícero concluiu a transferência dos apartamentos não declarados para o nome do corretor.
EDIFÍCIO CATAMARÃ NA PONTA VERDE  Reduto da elite


Localizado no bairro mais rico de Maceió, a Ponta Verde, o imóvel comprado por R$ 1,6 milhões é o apartamento nº 404 do Edifício Catamarã, localizado na Avenida Senador Robert Kennedy nº 2741, em prédio vizinho ao Edifício Tartana, onde mora o senador Renan Calheiros, seu padrinho político.

Na promessa de compra e venda assinada por Cícero Almeida e reconhecida em cartório, o candidato a prefeito firma o compromisso de pagar R$ 200 mil em espécie pelo novo apartamento e transferir para o nome de Bruno Lisboa Goes os dois apartamentos que disse poder comprovar ser de sua propriedade.

Um dos apartamentos é o de nº 101 do Edifício Valencia, na Avenida Deputado José Lages nº 759, também na Ponta Verde. O outro é o apartamento nº 604 do Edifício Le Terrace, situado na Rua Lourenço Moreira da Silva, nº 18, na Jatiúca. Ambos totalizando R$ 1,4 milhão.

Veja trechos do documento em que Ciço revela os bens ocultos:
“Redução” de bens

Ao registrar sua candidatura a deputado federal em 2014, todos os bens de Cícero Almeida somavam R$ 601.587,34, e o único apartamento declarado era um de R$ 380 mil, localizado na Avenida Antônio Gouveia, 202, na Pajuçara. Já no registro de candidatura a prefeito nestas eleições de 2016, Ciço declarou o total de teve patrimônio “reduzido” para R$ 555.072,76. E o único apartamento que aparece entre seus bens é o situado em Brasília, no valor de R$ 265.965,73.

Em 2004, quando se candidatou a prefeito, Cícero Almeida declarou ter R$ 46 mil em patrimônio. Em 2008, quando se reelegeu, apresentou declaração de R$ 382 mil em bens.

Outro lado


No fim da noite do último domingo (18), o Diário do Poder encaminhou para a assessoria da campanha de Ciço as seguintes questões:

- Ciço escondeu esses três imóveis da declaração de bens?

- Foi declarada renda necessária para adquirir os dois apartamentos que somam R$ 1,4 milhão?

- Quando foram adquiridos os dois imóveis de R$ 700 mil oferecidos como pagamento para a compra do imóvel de R$ 1,6 milhão, que constam no processo?

- Por que nenhum desses bens consta na lista do patrimônio do candidato apresentado para as eleições de 2014 e de 2016?

Até a publicação desta notícia, as respostas prometidas pela assessoria não haviam chegado, porque estariam sendo avaliadas.



19 de setembro de 2016
Davi Soares
diário do poder

Nenhum comentário:

Postar um comentário