"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

MIREM-SE NA TURQUIA E LEMBREM: A PIOR DEMOCRACIA É SUPERIOR À MELHOR DITADURA

Charge sem assinatura, reprodução do Arquivo Google


O desastre do governo Dilma está bem fresco na memória de todos, nem precisa gastar tinta para comentar. A novela dessa tragédia política e econômica termina no final de agosto, um mês fatídico de tantas mudanças políticas. Então, não há que se falar, a meu juízo, em questões ideológicas, tanto no campo da esquerda ou da direita. O PSDB e o PT, com o PMDB no meio do jogo, são partidos conservadores na forma e no conteúdo. Não há diferenças fundamentais entre esses três protagonistas da cena política brasileira nos últimos anos. E tão cedo não haverá mudanças no horizonte deste Brasil varonil.

O programa “Ponte para o Futuro”, um conjunto de medidas administrativas e econômicas, gestado na Fundação Ulisses Guimarães sob liderança do ex-governador Moreira Franco, depois de demitido do cargo de ministro pela presidente Dilma Rousseff, foi sem dúvida um contraponto à política do PT. Tanto assim é que a presidente Dilma ficou profundamente irritada com o lançamento da tal ponte para uma troca de governo. Os petistas então começaram a percebeu o cheiro que exalava de seu principal parceiro na aliança governamental. E logo depois emergiu a criticada Carta de Temer, endereçada a Dilma.

Fica claro que o governo da Dilma acabou no instante em que o PMDB decidiu retirar o apoio à aliança, que vinha desde 2002, com a vitória de Lula. E o novo processo de impeachment também é de caráter político, como ocorreu com o presidente Fernando Collor.

DILMA CAUSOU TUDO – A política segue os ditames da natureza. Quer dizer, uma grande tempestade começa com pingos de chuva, depois vem a borrasca. Tudo começou quando Dilma demitiu Moreira Franco do governo e depois tirou o tapete do substituto dele, Eliseu Padilha, ambos ligados diretamente a Michel Temer. Com isso, Dilma praticamente colocou seu vice na oposição, que então se fortaleceu a ponto de desencadear a queda do governo, o que hoje parece irreversível.

Nada acontece por acaso em política. Dilma jamais poderia desprezar a força do PMDB no comando da Câmara e Senado, além de ocupar a vice-presidência. Dilma também não deveria ter minimizado a relação de causa e efeito que seria causada pela reação do PMDB. Ou seja, sem ter uma ampla maioria no Congresso, Dilma conseguiu brigar com o maior partido, que então se aliou à terceira força, o PSDB, para apeá-la do poder.

ESTELIONATO ELEITORAL – Agora, voltando ao tema inicial, é bom alertar os próceres do PMDB sobre a repetição do estelionato eleitoral do Plano Cruzado. 

Naquela época, quando Dilson Funaro, ministro da Fazenda, quis tomar medidas de ajuste na economia antes das eleições de outubro, o PMDB vetou. O partido então teve uma das maiores vitórias de sua história, apenas dois governadores não foram eleitos pelo PMDB, e logo em novembro o governo Sarney adotou as medidas impopulares.

E qual foi o resultado desse estelionato eleitoral? Foi a vitória de um líder messiânico, governador de Alagoas, filiado a um partido minúsculo, o PRN. 

Trata-se de Fernando Collor, eleito pelo furor contra a corrupção e os marajás. Só faltou a vassoura mágica de Jânio Quadros, destinada a varrer os corruptos do mapa.

Se o PMDB errar novamente pelas mesmas circunstâncias ou similares a elas, um novo salvador da Pátria, com a bandeira anticorrupção, será eleito à margem do PSDB, do PT e do PMDB, e poderá arrastar a nação para um vale perigoso de lágrimas e sangue. A missão dos amantes da liberdade e da democracia é justamente evitar que se repita o drama que vive o povo turco, nas mãos de um governante despreparado, corrupto e ditatorial. A sorte está lançada.


29 de julho de 2016
Roberto Nascimento


NOTA AO PÉ DO TEXTO

Não compreendo a intenção do texto invocando o que aconteceu na Turquia, como um exemplo a se evitar no Brasil... O que tem a ver uma situação com outra? Grupos intervencionistas, não clamam pela ditadura, mas por uma intervenção constitucional prevista na Carta.
E o axioma declamado de que "a pior democracia é superior a melhor ditadura" é outro grande equivoco do texto. Ambos percorrem caminhos diferentes: a 'pior democracia' sempre tende a se tornar uma ditadura, e a 'melhor ditadura' a se tornar uma democracia.
No caso Brasil, nada pode ser mais criminoso que  a 'pior democracia corrupta e imperial' exercida pelo PT, cuja irresponsabilidade 'delinquentemente organizada' levou o país a falência social, econômica e política. 
E outra não era a intenção, quando aparelhou o Estado, senão implantar o 'chavismo' ou 'bolivarianismo', cujo exemplo maior nos dá a Venezuela, uma variável que sempre se repete nas ditaduras venais, que todas são.
O Foro de São Paulo não é uma organização democrática. Sua estratégia, que sempre ocupou o subterrâneo do poder latino-americano, não aponta senão para o autoritarismo. 
É lá que se dá o encontro do comuno-fascismo, eufemisticamente chamado de "socialismo do século XXI", com o malfadado projeto petista de poder, que por ser estupidamente corrompido pelo assalto ao país, foi para o vinagre.
Não consigo distinguir a "pior democracia", não de uma "melhor ditadura", mas de uma futura ditadura.
Afinal, quem tem medo de uma intervenção? 
Não se clama por 'uma ditadura", mas por uma "intervenção constitucional" que acabe com a institucionalização do crime organizado que transformou a República num covil de bandidos.
Muito retórico o dito "a pior democracia é superior à melhor ditadura", mas não passa de espuma para encantar ingênuos. 
m.americo

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