"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

HÁ MAIS DE UM ANO PAULO BERNARDO JÁ SABIA QUE SERIA PRESO NA LAVA JATO


Paulo Bernardo não tinha como escapar da Lava Jato

















O ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo tinha medo de ser preso desde o dia 10 de abril de 2015. Naquela data, há pouco mais de um ano, o ex-deputado federal André Vargas foi levado à prisão durante a 11a fase da Operação Lava Jato. Vargas era conhecido por aliados como o operador de Paulo Bernardo desde que o ex-ministro era deputado federal pelo Paraná.
Quando o ex-secretário de comunicação do PT foi preso, no ano passado, Bernardo deixou transparecer sua preocupação a amigos. Achava que seria o próximo.
Vargas foi investigado por ter usado um avião alugado pelo doleiro Alberto Youssef, operador de propina na Petrobras. Teve o mandato cassado em 2014 e, depois, desfiliou-se do PT por risco de ser expulso do partido.
RISCO DE PRISÃO – A maior parte dos petistas tinha conhecimento da ligação entre Vargas e Bernardo e muitos integrantes do governo Dilma e da cúpula do PT sabiam do risco que o ex-ministro corria diante das investigações.
Em agosto do ano passado, Dilma precisou suspender a nomeação de seu ex-ministro das Comunicações para a diretoria-geral brasileira da hidrelétrica Itaipu.
A então presidente da República estava convencida a nomear o aliado mas foi alertada pelo então ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, a não fazê-lo. Ele disse que Paulo Bernardo poderia ser alvo da Polícia Federal a qualquer momento, o que irritou a mulher do ex-ministro, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
SEM SURPRESA – A prisão de Bernardo, nesta quinta-feira (23), portanto, não surpreendeu os aliados de Dilma.
O ex-ministro foi alvo de uma operação da Polícia Federal realizada em parceria com a Lava Jato. Ele foi detido em Brasília, no apartamento funcional de Gleisi Hoffmann e será conduzido à sede da Polícia Federal em São Paulo.
A operação, batizada de Custo Brasil, mira em um esquema de pagamento de propina em contratos de prestação de serviços de informática no Ministério do Planejamento.

24 de junho de 2016
Marina Dias
Folha

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