"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 26 de março de 2016

EXÉRCITO SÓ ATUARÁ NAS RUAS ACIONANDO POR UM DOS TRÊS PODERES



General Villas Bôas diz que Exército tem de ser chamado a intervir




















O General Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, afirmou que a Instituição somente tomará qualquer atitude se acionada por um dos três poderes da República. Esta afirmação importantíssima foi revelada pela repórter Letícia Fernandes, edição de 25 de março, de O Globo, com base no pronunciamento do general, feito no espaço que o Exército ocupa no Youtube. Acentuou estarmos vivendo e sofrendo as consequências desta crise que tem três componentes: o político, o econômico e o ético moral. As três, acrescentou, estão interligadas, e como o Exército é uma instituição do Estado, nos momentos de crise acaba se tornando referência para a sociedade como um todo.
A mensagem do general Eduardo Villas Bôas não podia ter sido mais clara e seu conteúdo reflete um não alinhamento predominante do Poder Executivo. Tanto assim que ele fez questão de se referir aos poderes Legislativo e Judiciário, colocando-os, sob a ótica do Exército, no mesmo nível daquele em que se encontra o Palácio do Planalto. Ressaltou a existência de uma crise séria e destacou que “qualquer atitude nossa será absolutamente respaldada nos dispositivos estabelecidos na Constituição e nas leis complementares.” Assinalou também que a atitude do Exército será sempre condicionada ao acionamento de um dos poderes da República.
NADA DE GOLPE
Com tais afirmações realçadas pela sensibilidade política da repórter Letícia Fernandes, filha de Rodolfo e neta de Helio Fernandes, o general Villas Bôas afastou de plano a ideia de um golpe militar no país. Esta verdade emergiu da reportagem de O Globo.
Mas na sexta-feira ocorreram dois outros episódios extremamente importantes para os rumos políticos do Brasil. A ruptura do PMDB do Rio de Janeiro com o governo Dilma Rousseff ,destacada principalmente pela reportagem de Fernanda Krakovics e Marco Grillo, anunciando no Globo também o rompimento do PMDB do Rio de Janeiro com o governo Dilma Rousseff. Foi a pré-estreia praticamente da decisão que o PMDB nacional deverá assumir na próxima terça-feira, ampliando portanto a ruptura da legenda com o Planalto. Tanto assim que o vice Michel Temer cancelou uma viagem que faria a Portugal para permanecer, em Brasília, cenário do desfecho final.
CRISE IMAGINÁRIA
O desfecho final, sem dúvida foi antecipado pelas críticas do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro, reportagem também de Letícia Fernandes, culpando-o por uma crise imaginária que atingiu a economia do país. Lula omitiu a corrupção como causa e culpou a Justiça como responsável por ela. Um absurdo. Da mesma forma que não se pode transformar a vítima em culpado, não se pode atribuir a origem de um mal gigantesco a quem está punindo os responsáveis, em sua esfera de atuação.
Outros responsáveis e acusados, como é o caso de Eduardo Cunha encontram-se na esfera do Supremo Tribunal Federal. O problema ampliado por Lula deu motivo a que a presidente Dilma afirmasse que iria nomeá-lo de qualquer maneira para o Planalto, ainda que seja para um cargo de assessor.
Mas o cargo de assessor não garante foro especial ao ex-presidente. Tanto não garante que, segundo a revista Veja, Lula começou a elaborar em sigilo um plano para evitar sua prisão: asilar-se na Itália. Se tal caminho se encontra em seu pensamento e no de seus aliados mais próximos,  é porque ele próprio admite a possibilidade de ter sua prisão decretada. Com isso, balança a sua dúvida e faz balançar também o governo Dilma Rousseff, na véspera de decisões importantes no panorama político institucional do país

26 de março de 2016
Pedro do Coutto

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