"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

NO DESESPERO, DILMA USA TEMER COMO UMA TÁBUA DE SALVAÇÃO



“Ele melhor você ir saindo de fininho”, diria Temer

Nunca foram amigos, apenas se suportavam por serem companheiros de chapa. Depois da primeira posse, em 2011, cada um foi para o seu lado e a presidente Dilma Rousseff passou a dedicar a seu vice Michel Temer um desprezo absoluto. Do alto de sua patética arrogância, jamais poderia imaginar que algum dia iria necessitar tanto dele.

Humilhado, Temer não passou recibo. Recolheu-se ao Palácio Jaburu, às margens do Lago Paranóa, onde mora com a esposa Marcela Tadeschi, de 31 anos, considerada a mulher mais bonita e elegante de Brasília, e o filho Michel, de 6 anos, mas continuou a fazer política nos bastidores, mantendo sobre o PMDB a influência que já exerce desde a morte de Ulysses Guimarães, em 1992.

Agora, o jogo virou. Depois de ser obrigada a terceirizar para Temer a articulação política do governo, a presidente Dilma Rousseff se vê até dependente do apoio dele para continuar no Poder. O fato é que o Planalto inteiro está consciente de que, se Temer desistir da articulação política, o governo passa a não ter mais qualquer possibilidade de recuperação.

IMPEACHMENT

Assessores de Dilma já a alertaram para a gravidade da situação, porque um rompimento com o PMDB aceleraria o impeachment e inviabilizaria o governo, que seria sabotado mais fortemente por Eduardo Cunha e Renan Calheiros, presidentes da Câmara e do Senado.
Com justa razão, o clima no Planalto é de pânico. 
Aproxima-se o dia 21, prazo fatal para Dilma apresentar ao TCU (Tribunal de Contas da União) suas justificativas para as pedaladas fiscais, que foram consideradas pelos auditores como ocorrências de crimes de responsabilidade, passíveis de cassação.

Aproxima-se também a data do depoimento que o empreiteiro Ricardo Pessoa prestará  ao Tribunal Superior Eleitoral na ação impetrada pelo PSDB para cassar a chapa Dilma/Temer por crime eleitoral, se ficar comprovado na campanha eleitoral de 2014 o uso de recursos de Caixa 2 e de propinas obtidas no esquema de corrupção da Petrobras.

DILMA FINGE CONFIANÇA

Com a crise se agravando na política e na economia, Dilma Rousseff não tem a mínima condição de seguir governando. Está apavorada, mas tenta demonstrar confiança. “Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso aí é moleza, é luta política”, disse ela à equipe da Folha que a entrevistou segunda-feira, acrescentando que “o PMDB é ótimo”.

É o tipo de entrevista que necessita de tradução simultânea. Na realidade, não há nenhuma “moleza” para ela. Pelo contrário, a luta política é de vida ou morte. Quanto ao PMDB, nada tem de “ótimo”, na verdade o partido está tramando contra ela em dedicação exclusiva, e até fazendo hora extra. 
O vice Michel Temer só não mandou tirar as medidas para o terno novo da posse porque sabe que pode ser cassado junto com ela, por crime eleitoral, e aí quem assume é a dupla caipira Aécio/Aluizio, que também está tramando 24 horas por dia. O resto é folclore, digamos assim.

10 de julho de 2015
Carlos Newton

Nenhum comentário:

Postar um comentário