TOFFOLI SE RECUSA A ANULAR DELAÇÃO DO DOLEIRO
O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli rejeitou nesta quarta-feira um pedido feito pela defesa do diretor da Galvão Engenharia, Erton Medeiros, para anular a delação premiada do doleiro Alberto Youssef na Operação Lava Jato.
Toffoli não chegou a discutir o mérito do pedido e disse que o tipo de recurso apresentado pela defesa para pedir a anulação não era cabível.
Anexado ao pedido, entregue ao Supremo nesta segunda, o advogado José Luis Oliveira Lima enviou um parecer do ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Gilson Dipp, dizendo que a delação não teria validade uma vez que o doleiro já havia firmado um outro acordo de delação premiada no caso do Banestado, e escondido essa informação.
Considerado um dos maiores especialistas em lavagem de dinheiro e delação premiada, Dipp defendeu que o acordo do doleiro é ilegal e que todas as provas coletadas a partir dele são “imprestáveis”.
Além do descumprimento do pacto anterior, o parecer do ex-ministro diz que falta credibilidade a Youssef para delatar quem quer que seja, já que ele mentiu e omitiu informações à Justiça antes.
SEM PROBLEMAS
Para o advogado de Youssef, Antonio Augusto Figueiredo Basto, o acordo, homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo, em 19 de dezembro de 2014, não tem problemas.
Segundo Figueiredo Basto, não há omissão sobre o acordo anterior no que foi celebrado no ano passado no curso da Operação Lava Jato. “O acordo atual engloba o anterior. Acho que o ministro deveria estudar melhor o caso antes de sair por aí vendendo parecer.”
Segundo o defensor de Youssef, não há na legislação qualquer impeditivo para alguém que rompeu um acordo no passado fechar um novo pacto.
“Queria que ele [Gilson Dipp] me mostrasse na legislação onde está esse impedimento”, afirma.
09 de abril de 2015
Severino Motta
09 de abril de 2015
Severino Motta
Nenhum comentário:
Postar um comentário