"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

BUNKER CIBERNÉTICO DA CAMPANHA DA DILMA PRODUZ SITE APÓCRIFO PARA ATACAR A OPOSIÇÃO


 
Na primeira foto acima, a mansão que abrigou o bunker da Dilma, na campanha eleitoral de 2010, onde eram produzidos "dossiês" contra a oposição. A ilustração abaixo, criada pelo Departamento de Arte deste blog, simula o bunker cibernético da campanha da 'Presidenta' dirigido por um "coletivo" que produz um site apócrifo para atacar a oposição.
Um grupo ligado ao PT e envolvido com os preparativos para a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição mantém desde março na internet um site apócrifo para defender o governo e fazer críticas à oposição, à imprensa e a institutos de pesquisa.
 
Batizado de Muda Mais, o site foi lançado discretamente e seus responsáveis se apresentam na rede apenas como um "coletivo de jovens que acredita na mudança".
 
Os responsáveis não são identificados e não houve resposta aos pedidos de contato feitos pela Folha por meio do site. A Folha apurou que eles têm conexão com o PT e trabalham numa casa no Lago Norte, em Brasília, alugada para acomodar parte da estrutura de internet de Dilma durante a campanha eleitoral.
 
Um integrante do governo afirmou, reservadamente, que o Muda Mais é um projeto "beta" --ou seja, um piloto para testes-- e disse que ele deve ser incorporado à propaganda da presidente quando a campanha começar, o que só é permitido pela legislação a partir de julho.
 
Para que seus responsáveis não sejam identificados, as páginas do Muda Mais são hospedadas em servidores no exterior e o site foi registrado com a ajuda de um serviço que garante o anonimato de seus clientes, o Go Daddy, que cobra R$ 20,99 por ano.
 
Mensagens divulgadas pelo portal costumam ser replicadas pela página do PT na internet e por sites simpáticos ao governo que recebem verbas de publicidade oficial.
 
O conteúdo produzido pelo Muda Mais também tem sido reproduzido nas redes sociais. Na tarde desta terça-feira (27), o site tinha mais de 6,7 mil seguidores no Facebook e 1,8 mil no Twitter.
 
A Folha buscou, sem sucesso, contato com o ex-ministro Franklin Martins, que chefiou a Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto durante o governo do ex-presidente Lula e foi escalado para coordenar a comunicação digital da campanha de Dilma.
 
Com visual bem acabado, o Muda Mais divulga vídeos, jingles e infográficos. Logo após o lançamento, uma seção chamada "Erraram" reunia críticas à imprensa e a institutos de pesquisa como o Datafolha, o Ibope e o Sensus.
A seção foi recentemente rebatizada como "Divulgue a verdade", num exemplo das mudanças que o projeto tem sofrido em sua fase "beta".
 
A linguagem dos textos é jovial e irônica, intercalada por referências à cultura de periferia e temas gerais. Mas parte do conteúdo publicado chama atenção por sugerir um grau de profissionalismo maior do que o que costuma ser visto em sites do gênero.
 
Numa publicação recente, o Muda Mais apresentou os resultados de um levantamento que diz ter feito durante meses para calcular o tempo dedicado pelo "Jornal Nacional" à cobertura das investigações em curso sobre o cartel dos trens em São Paulo e os negócios da Petrobras.
 
O objetivo do levantamento era sugerir que o telejornal da Rede Globo dava mais espaço para as investigações sobre a Petrobras, que criam embaraço para o governo, do que para o cartel dos trens, que atinge o PSDB paulista.
Questionários de pesquisas eleitorais do Datafolha e do Sensus também foram objeto de análises no site, que acusou os institutos de induzir respostas desfavoráveis a Dilma e favoráveis à oposição.

Da Folha de S. Paulo desta quarta-feira

30 de maio de 2014
in aluizio amorim

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