"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 13 de outubro de 2013

FACÇÃO CRIMINOSA PLANEJAVA APARELHAR O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


 
Novas interceptações telefônicas feitas pelo Ministério Público revelam que a maior facção criminosa de São Paulo, que age dentro e fora de presídios, também tentou se aproximar do Supremo Tribunal Federal (STF) e entrar na política para obter benefícios a presos.
A mesma quadrilha, que controla a maior parte dos presídios paulistas, planejou o assassinato do governador Geraldo Alckmin.
 
Uma das escutas, gravadas com a autorização da Justiça e exibida neste sábado pelo Jornal Hoje, da TV Globo, flagrou um preso conversando a advogada Lucy de Lima sobre uma audiência com um ministro do STF:
 
- O João te falou que eu consegui agendar com o ministro? - diz Lucy.
- Ele falou, dia 14 do mês que vem, né? - responde o preso.
- Eu escrevi um testamento para a assessora dele conseguir que ela agendasse. Sabe quem é esse homem que eu vou falar? É abaixo do Lula! - afirmou a advogada.
 
Segundo o Ministério Público, Lucy de Lima se referia ao ministro Cezar Peluso, que, na época, era presidente do STF. Vinte dias depois, o preso voltou a conversar com a advogada.
- Felipe, acabei de vim (sic) do homem! - disse Lucy.
- E aí, doutora? - perguntou o detento.
 
- Ele perguntou para onde aquele amigo do Felipe quer ir. Eu falei aquela (penitenciária) lá de Sorocaba, sabe? Mas ele falou pra eu falar pra qual quer ir.
De acordo com o jornal "O Estado de S.Paulo" deste sábado, em 28 de agosto de 2010, outra advogada, Maria Carolina Marrara de Matos, disse a outro preso, Daniel Canônico, o Cego, que o irmão dela foi chamado para trabalhar no gabinete do ministro Ricardo Lewandowski e que pretendia usar o irmão para beneficiar os interesses da facção criminosa.
 
- Você tem o direito, né? Mas tem essa perseguição. Aí chega no Tribunal e o Tribunal (de São Paulo) não concede e você tem que chegar até o STF. Eu estava pensando em alguma coisa, sabe? - disse Maria Carolina.
 
- É a única opção porque, dificilmente, chega um benefício nesse lugar. Geralmente para no meio, desistem, montam outro. Mas tem que se tentar fazer isso daí sim - afirmou Cego.
 
- Não, mas eu tava pensando em fazer alguma coisa coletiva, sabe, pra tentar levar para algum ministro. Tem meu irmão. Ele foi chamado para trabalhar com um ministro, né? O Lewandowski. E aí eu tava pensando nisso hoje até pra juntar vários pedidos que foram negados, entendeu? - ressaltou Maria Carolina.
A facção criminosa também tentou se infiltrar na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Nas escutas telefônicas do Ministério Público, em uma das conversas, dois presos conversam sobre o apoio de uma candidata, chamada de "gravata" na gravação, que, segundo os bandidos, "está se elegendo".
 
Os criminosos planejam ainda invadir o presídio de Presidente Venceslau, no interior do Estado, para liberar as lideranças da quadrilha que cumprem pena no local. Em uma ligação telefônica interceptada, dois presos falam na compra de oito fuzis para serem usados no resgate.
 
Ainda dentro do presídio de Presidente Venceslau, o Ministério Público descobriu outro plano para matar o governador Geraldo Alckmin. A ameaça foi feita há 40 dias.
Um bilhete escrito por um preso foi interceptado e passado aos promotores. Segundo a investigação, quem também vive recebendo diversas ameaças dos presos é o coordenador das Unidades Prisionais da Região Oeste de São Paulo, Roberto Medina.
 
A assessoria de imprensa de Lewandowski informou ao Jornal Hoje, da TV Globo, informou que ele nunca foi procurado pela advogada Maria Carolina Marrara de Matos.
O ministro diz só soube de um currículo do irmão dela quando foi procurado pela imprensa, que, segundo a assessoria, nem chegou a ser analisado. Cezar Peluso não foi encontrado pela emissora. Já Geraldo Alckmin informou que nada mudou na segurança dele.
 
A advogada Lucy de Lima admitiu ao "Jornal Hoje" que defende o preso Edílson Borges Nogueira a pedido dos familiares dele e contou que pediu ao ministro Ayres de Britto o julgamento de habeas corpus do preso, mas ele não julgou o mérito. Lucy negou que tenha conversado pelo telefone com o preso. Não houve retorno nos contatos feitos com a advogada Maria Carolina Marrara de Matos.
 
 
13 de outubro de 2013
in aluizio amorim

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