Tradução: Joseph Skilnik
1 de Fevereiro de 2022
Por que este site, por que esta publicação? Porque o Ocidente necessita disso.
Informações adicionais: o islamismo no Ocidente entrou no âmbito público quando livros foram incendiados e também devido a declarações radicais que acompanharam os ataques em 1988/1989 a Salman Rushdie e ao livro Os Versos Satânicos de sua autoria. O édito de morte imposto pelo Aiatolá Khomeini conscientizou o público ocidental pela primeira vez, com o devido choque, de que populações muçulmanas estavam aumentando, gradual e paulatinamente, sem que ninguém percebesse, apresentando problemas civilizacionais que, digamos, chineses, hindus e africanos cristãos não apresentavam. O resultado foi condensado em um desejo minoritário, porém poderoso, de aplicar leis islâmicas no melhor estilo medieval (a Sharia) ao Ocidente, juntamente com todas as terríveis implicações para os não muçulmanos e mulheres, e metamorfosear as sociedades ocidentais.
Assim sendo, ocorreu uma longa sequência de ataques violentos associados ao Islã nos doze anos que se seguiram. Alguns ficaram sob os holofotes, mas nenhum arrematou multidões: por exemplo, o atentado ao World Trade Center em 1993 matou apenas seis pessoas e a tentativa de destruir a Torre Eiffel não vingou. A jihad permaneceu uma dor de cabeça um tanto erudita, limitada principalmente a vertentes políticas. Enquanto isso, os islamistas se organizaram e contavam vantagem com seu avanço desenfreado.
Aí vieram os atentados de 11 de setembro de 2001, que sacudiram o mundo, com três mil mortos e o fim da vida normal nos Estados Unidos. Conforme eu disse na época, nenhum americano propôs casamento a uma mulher naquele dia. "Tudo mudou", "Unidos Venceremos" tornaram-se mantras quase universais. A cláusula um por todos da OTAN entrou em vigor pela primeira e única vez. De repente, e por muitos anos a fio, Islã, muçulmanos, islamismo e jihad viraram o centro das atenções internacionais. Os Alcorões se esgotaram nas livrarias, a diferença entre sunitas e xiitas virou conhecimento público e temas até então pouco levantados, como o Hadith, tornaram-se assunto de programas de entrevistas. De tabloides e blogs a jornais e programas de notícias de TVs a cabo, a imprensa disponibilizou perfis aprofundados e revelações sobre o radicalismo nas instituições islâmicas. Escolas e políticos entraram na onda.
Acompanhando este foco veio um redirecionamento das instituições de segurança para ficarem de olho na jihad: militares, serviços de inteligência e agentes da lei, todos reequipados para evitar a repetição do 11 de setembro. O impressionante sucesso de então teve duas implicações duradouras: primeira, os islamistas, em geral, passaram da violência para o trabalho dentro do sistema, da criminalidade para o islamismo legal. Segunda, a ausência de sangue correndo pelas ruas, juntamente com o surgimento de outras questões (Trump, China, zelosa esquerda, mudança climática) diminuíram o interesse pelo islamismo. Editores, produtores, políticos, educadores e o público em geral pareciam fartos.
O declínio pode ser mensurado. O índice, U.S. television news mencionou a palavra Islã mais de duas mil vezes entre os anos de 2010 e 2013, mais de três mil vezes em 2014, e atingiu o ápice em mais de cinco mil vezes em 2015. Na sequência, caiu para mais de três mil vezes em 2016, mais de duas mil em 2017, mais de mil em 2018, mais de seiscentos entre 2019 e 2020 e apenas mais de duzentas em 2021. Em outras palavras, o Islã foi mencionado 19 vezes mais em 2015 do que seis anos mais tarde. A proporção ao parece diz muito mais do que só isso, e não só nos Estados Unidos. O Islã e temas relacionados voltaram à sua quase obscuridade de antes de 11 de setembro.
Menções ao "Islã" no noticiário da televisão americana entre 2010 e 2021.
Obviamente um colapso no interesse não implica um declínio proporcional na ameaça islamista. Na realidade, dinheiro, habilidade, energia e dedicação dos islamistas legais os tornam indiscutivelmente mais perigosos do que nunca. A esquerda passa a mão na cabeça deles e a direita se preocupa, no momento, mais com eleições anteriores e obrigatoriedade das vacinas. Os governos subsidiam os islamistas, as instituições educacionais os recebem de braços abertos, as legislaturas os recebem "com tapete vermelho", os juízes se adaptam a eles. A "Islamofobia", que foi exuberantemente descrita por André Cummins como "uma palavra criada por fascistas e usada por covardes para manipular idiotas", virou até um termo jurídico.
Diante do exposto, nós do Middle East Forum continuamos determinados, alertando sobre os desastres que estão por vir. Conforme observou Daniel Greenfield: "equipes investigativas que antagonizam a jihad, como o Middle East Forum... continuam a fazer um trabalho importante em face ao declínio do interesse da mídia conservadora... na ausência de uma simples e devastadora conspiração terrorista islâmica, somente um fluxo constante de pequeníssimos atentados, na maioria das vezes malsucedidos, poucos prestam a devida atenção à bomba-relógio da influência islamista. Lembra muito o silêncio antes da estouro da boiada do 11 de setembro, é um erro que iremos nos arrepender."
Focus on Western Islamism é inaugurado nestas lamentáveis circunstâncias. A nossa filosofia é aquela que eu articulei no rescaldo do 11 de setembro: "o Islã radical é o problema, o Islã moderado é a solução." Que ninguém se engane: nós lutamos contra o islamismo a ideologia, não contra o Islã a religião. Dito isso, supremacia islâmica, jihad, escravidão, opressão das mulheres e outras características problemáticas são marcas indeléveis do Islã tradicional que os muçulmanos precisam reconhecer antes que possam adaptar sua religião à modernidade. Estas características não podem ser justificadas, devem sim ser confrontadas antes que possa começar a verdadeira reforma. De modo que os muçulmanos podem interpretar o Alcorão e o Hadith alegoricamente, revogados ou tratados de outras formas criativas, como melhor lhes aprouver.
O âmbito ocidental para nós significa não apenas Europa, América do Norte e Austrália, mas também, em menor grau, América Latina, Japão e Coreia do Sul, todas regiões onde o Islã representa um fenômeno recente. Nossa cobertura exclui povos e territórios, em especial o sudeste da Europa, onde o Islã está presente há séculos.
FWI engloba três objetivos primordiais: fornecer um ambiente onde escritores possam encontrar um público e os leitores possam encontrar análises sérias e eruditas, dar voz aos muçulmanos anti-islamistas e investigar o funcionamento interno do islamismo, dando atenção especial a temas como brigas internas dos islamistas, origem dos recursos dos islamistas, gastos dos islamistas e o que é sussurrado a portas fechadas. Esperamos e planejamos nos tornar um fórum para combater o flagelo do islamismo, convencendo os céticos, motivando os convencidos e orientando os motivados.
Aiatolá Khomeini. |
Informações adicionais: o islamismo no Ocidente entrou no âmbito público quando livros foram incendiados e também devido a declarações radicais que acompanharam os ataques em 1988/1989 a Salman Rushdie e ao livro Os Versos Satânicos de sua autoria. O édito de morte imposto pelo Aiatolá Khomeini conscientizou o público ocidental pela primeira vez, com o devido choque, de que populações muçulmanas estavam aumentando, gradual e paulatinamente, sem que ninguém percebesse, apresentando problemas civilizacionais que, digamos, chineses, hindus e africanos cristãos não apresentavam. O resultado foi condensado em um desejo minoritário, porém poderoso, de aplicar leis islâmicas no melhor estilo medieval (a Sharia) ao Ocidente, juntamente com todas as terríveis implicações para os não muçulmanos e mulheres, e metamorfosear as sociedades ocidentais.
Assim sendo, ocorreu uma longa sequência de ataques violentos associados ao Islã nos doze anos que se seguiram. Alguns ficaram sob os holofotes, mas nenhum arrematou multidões: por exemplo, o atentado ao World Trade Center em 1993 matou apenas seis pessoas e a tentativa de destruir a Torre Eiffel não vingou. A jihad permaneceu uma dor de cabeça um tanto erudita, limitada principalmente a vertentes políticas. Enquanto isso, os islamistas se organizaram e contavam vantagem com seu avanço desenfreado.
Aí vieram os atentados de 11 de setembro de 2001, que sacudiram o mundo, com três mil mortos e o fim da vida normal nos Estados Unidos. Conforme eu disse na época, nenhum americano propôs casamento a uma mulher naquele dia. "Tudo mudou", "Unidos Venceremos" tornaram-se mantras quase universais. A cláusula um por todos da OTAN entrou em vigor pela primeira e única vez. De repente, e por muitos anos a fio, Islã, muçulmanos, islamismo e jihad viraram o centro das atenções internacionais. Os Alcorões se esgotaram nas livrarias, a diferença entre sunitas e xiitas virou conhecimento público e temas até então pouco levantados, como o Hadith, tornaram-se assunto de programas de entrevistas. De tabloides e blogs a jornais e programas de notícias de TVs a cabo, a imprensa disponibilizou perfis aprofundados e revelações sobre o radicalismo nas instituições islâmicas. Escolas e políticos entraram na onda.
Acompanhando este foco veio um redirecionamento das instituições de segurança para ficarem de olho na jihad: militares, serviços de inteligência e agentes da lei, todos reequipados para evitar a repetição do 11 de setembro. O impressionante sucesso de então teve duas implicações duradouras: primeira, os islamistas, em geral, passaram da violência para o trabalho dentro do sistema, da criminalidade para o islamismo legal. Segunda, a ausência de sangue correndo pelas ruas, juntamente com o surgimento de outras questões (Trump, China, zelosa esquerda, mudança climática) diminuíram o interesse pelo islamismo. Editores, produtores, políticos, educadores e o público em geral pareciam fartos.
O declínio pode ser mensurado. O índice, U.S. television news mencionou a palavra Islã mais de duas mil vezes entre os anos de 2010 e 2013, mais de três mil vezes em 2014, e atingiu o ápice em mais de cinco mil vezes em 2015. Na sequência, caiu para mais de três mil vezes em 2016, mais de duas mil em 2017, mais de mil em 2018, mais de seiscentos entre 2019 e 2020 e apenas mais de duzentas em 2021. Em outras palavras, o Islã foi mencionado 19 vezes mais em 2015 do que seis anos mais tarde. A proporção ao parece diz muito mais do que só isso, e não só nos Estados Unidos. O Islã e temas relacionados voltaram à sua quase obscuridade de antes de 11 de setembro.
Menções ao "Islã" no noticiário da televisão americana entre 2010 e 2021.
Obviamente um colapso no interesse não implica um declínio proporcional na ameaça islamista. Na realidade, dinheiro, habilidade, energia e dedicação dos islamistas legais os tornam indiscutivelmente mais perigosos do que nunca. A esquerda passa a mão na cabeça deles e a direita se preocupa, no momento, mais com eleições anteriores e obrigatoriedade das vacinas. Os governos subsidiam os islamistas, as instituições educacionais os recebem de braços abertos, as legislaturas os recebem "com tapete vermelho", os juízes se adaptam a eles. A "Islamofobia", que foi exuberantemente descrita por André Cummins como "uma palavra criada por fascistas e usada por covardes para manipular idiotas", virou até um termo jurídico.
Diante do exposto, nós do Middle East Forum continuamos determinados, alertando sobre os desastres que estão por vir. Conforme observou Daniel Greenfield: "equipes investigativas que antagonizam a jihad, como o Middle East Forum... continuam a fazer um trabalho importante em face ao declínio do interesse da mídia conservadora... na ausência de uma simples e devastadora conspiração terrorista islâmica, somente um fluxo constante de pequeníssimos atentados, na maioria das vezes malsucedidos, poucos prestam a devida atenção à bomba-relógio da influência islamista. Lembra muito o silêncio antes da estouro da boiada do 11 de setembro, é um erro que iremos nos arrepender."
Focus on Western Islamism é inaugurado nestas lamentáveis circunstâncias. A nossa filosofia é aquela que eu articulei no rescaldo do 11 de setembro: "o Islã radical é o problema, o Islã moderado é a solução." Que ninguém se engane: nós lutamos contra o islamismo a ideologia, não contra o Islã a religião. Dito isso, supremacia islâmica, jihad, escravidão, opressão das mulheres e outras características problemáticas são marcas indeléveis do Islã tradicional que os muçulmanos precisam reconhecer antes que possam adaptar sua religião à modernidade. Estas características não podem ser justificadas, devem sim ser confrontadas antes que possa começar a verdadeira reforma. De modo que os muçulmanos podem interpretar o Alcorão e o Hadith alegoricamente, revogados ou tratados de outras formas criativas, como melhor lhes aprouver.
O âmbito ocidental para nós significa não apenas Europa, América do Norte e Austrália, mas também, em menor grau, América Latina, Japão e Coreia do Sul, todas regiões onde o Islã representa um fenômeno recente. Nossa cobertura exclui povos e territórios, em especial o sudeste da Europa, onde o Islã está presente há séculos.
FWI engloba três objetivos primordiais: fornecer um ambiente onde escritores possam encontrar um público e os leitores possam encontrar análises sérias e eruditas, dar voz aos muçulmanos anti-islamistas e investigar o funcionamento interno do islamismo, dando atenção especial a temas como brigas internas dos islamistas, origem dos recursos dos islamistas, gastos dos islamistas e o que é sussurrado a portas fechadas. Esperamos e planejamos nos tornar um fórum para combater o flagelo do islamismo, convencendo os céticos, motivando os convencidos e orientando os motivados.
Daniel Pipes (DanielPipes.org, @DanielPipes) é o presidente do Middle East Forum. © 2022 por Daniel Pipes. Todos os direitos reservados.
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