"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

BULGÁRIA RESTAURA ESOTÉRICO ÍCONE DO COMUNISMO



No teto arruinado ainda reinam os símbolos marxistas

Nos Balcãs se conservam as ruínas de um misterioso “santuário” do comunismo feito pouco antes ao desfazimento da União Soviética (URSS).

No salão principal se reuniam os membros do partido comunista dominados por um grande mural de Engels, Marx e Lênin, segundo descreve reportagem de “La Nación”.

O prédio é mais conhecido pelo nome da localidade: Buzludzha, no centro dos montes Bálcãs, coração do país.

É estranho, mas tem forma de disco voador e é conhecido como “o OVNI comunista”.

Dir-se-ia que o comunismo só se interessava pelas forças da matéria em evolução. Mas, um pouco por toda parte se encontram restos de um esforço por entrar em contato com seres poderosos que outros chamariam de infernais.


No 'OVNI comunista' prevalece uma arquitetura místico esotérica

A estética esotérica cósmica foi amplamente utilizada não só no mundo marxista, nas décadas de 1970 e 1980, mas este local blindado se destaca de outros edifícios comunistas na Europa Oriental.


Está constituído por um imenso bloco de concreto e foi inaugurado em 1981, após sete anos de construção.

Nele trabalharam quase 6.000 operários, incluídos os 20 melhores artistas búlgaros da época que decoraram os interiores.

Sua localização não foi escolhida ao acaso, mas exatamente no local da vitória final dos rebeldes búlgaros sobre os invasores otomanos em 1868.

O fato não tem relação alguma com o comunismo. Foi uma vitória épica em que apenas 6.000 soldados búlgaros e russos, então czaristas, lutaram contra o Islã.


Enfrentaram mais de 40.000 turcos obtendo um triunfo que permaneceu na história do país e que o comunismo não conseguiu apagar e então tentou explorar em seu favor.



O prédio tem dimensões monstruosas

A localização exata é na montanha Buzludzha, a uma altitude de 1.441 metros, a 10 km da cidade de Shipka e a 250 km de Sofia (capital da Bulgária).

Os dirigentes comunistas veneravam aquele lugar por outra razão: em 1891 ali se reuniram os fundadores do socialismo organizado na Bulgária.

A construção consumiu o que hoje daria cerca de sete milhões de euros, não pouco para um país miserabilisado pelo socialismo.

O prédio tem 107 metros de altura e sua área total chega a 550 metros quadrados. Mais de 930 metros quadrados e 35 toneladas de murais traçam a história do Partido Comunista da Bulgária.

O símbolo do comunismo, a foice e o martelo, continua dominador junto com o brado da revolta do Manifesto Comunista de 1848: “Proletários de todos os países, unidos”, de autoria de Marx e Engels.

No topo da torre fica uma grande estrela soviética que tem três vezes o tamanho da do Kremlin, e que teria sido feita de rubis hoje pilhados.


O prédio de Buzludzha, símbolo do PC búlgaro
está sendo restaurado por saudosistas do comunismo


O símbolo da horrível ditadura ficou propriedade do governo até que em 1989 o Partido Comunista foi dissolvido e o prédio acabou arruinado pela intempérie.

Mas o mundo pós-comunismo não trouxe o indispensável saneamento ideológico, cultural e moral.

Resultado: nas cavernas da degradação ficou se cultuando o apego aos símbolos da época de morte, terror, igualdade e miséria.

No momento atual, essa fermentação oculta ganhou visibilidade e o local virou o símbolo daqueles que querem restaurá-lo.

Pretendem recuperar mais de 2 milhões de pequenos pedaços de pedra, terracota ou vidro colorido que sobraram espalhados em volta do esqueleto do “OVNI comunista” arruinado.

Todo um símbolo do retorno do comunismo promovido desde Moscou.


04 de outubro de 2021
Luis Difair
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional,sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs
in flagelo russo

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