"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 12 de abril de 2021

ESCALADA BÉLICA NAS FRONTEIRAS RUSSO-UCRANIANAS



Tanque ucraniano mira separatistas pro-russos no Donbass

Enquanto no Extremo Oriente cresce a tensão da China contra os EUA, Moscou a imita pegando Ocidente por outro lado, mais concretamente visando a Ucrânia e a Europa Central.

O governo ucraniano denuncia importante aumento da presença militar russa na Crimeia. Mas Moscou, como é costumeiro, nega e ataca Kiev imputando-lhe não aplicar os acordos de paz assinados, noticiou a Deutsche Welle.

O chefe do exército ucraniano replica apontando que Moscou não cessa de aumentar sua presença militar ao longo da fronteira com a Ucrânia.

“As coisas vão mal”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ao semanário russo Argumenty i Fakty.

“Pode-se dizer que não foi possível avançar na implementação do pacote de medidas de Minsk e dos acordos subsequentes alcançados em Paris”, acrescentou Peskov.

“Agora estamos vendo uma escalada das tensões ao longo da linha de frente” e “os ganhos modestos obtidos anteriormente estão sendo desfeitos”, acrescentou Peskov.




Concentração de tropas russas na fronteira
De fato, o Kremlin não tem interesse em solucionar o problema.


No auge dos combates há poucos anos Putin ameaçou tomar de assalto a capital ucraniana, mas suas tropas que avançavam com o fator surpresa tiveram que recuar ante a reação patriótica.

Em 2014 Moscou anexou fraudulentamente a península da Crimeia como revide à revolução democrática que depós o instrumento do Kremlin, Viktor Yanukovych, para submeter a Ucrânia.

Hoje, o intercâmbio de acusações mútuas e as escaramuças fronteiriças continuam sem interrupção.

O atual presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, negociou um cessar-fogo em julho de 2020 que trouxe relativa calma até que recomeçaram os combates no início de 2021.

Pelo menos 16 militares ucranianos morreram desde fevereiro 2021. Kiev acusa Moscou e seus pau-mandados separatistas de usar material militar proibido.




O presidente Volodymyr Zelenskiy na linha de frente com separatistas,
Ukrainian Presidential Press Service


O parlamento ucraniano culpa Moscou pela escalada do conflito e pede que a Rússia “retire seu exército” da Ucrânia. Presença essa que Moscou nega contra todas as provas apresentadas.

O comandante-chefe das forças armadas ucranianas, Ruslan Khomchak, denunciou ante o Parlamento a “ameaça à segurança militar” da Ucrânia por parte do exército russo.

Ele acusou Moscou de reunir tropas ao longo da fronteira com a Ucrânia, bem como na Crimeia anexada.

Khomchak disse que cerca de 28.000 combatentes separatistas e “mais de 2.000 instrutores e conselheiros militares russos” estão estacionados no leste da Ucrânia e se somam a dezenas de milhares de soldados russos no outro lado das fronteiras prontos a intervir.

O Kremlin ameaça “intervir” se Ucrânia age contra os separatistas.


O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy foi inspecionar as instalações bélicas nos locais de conflito e os EUA enviaram dois navios de guerra para o mar Negro perto das áreas conflituosas.


12 de abril de 2021
Luis Dufaur, escritor, jornalista e conferencista de política internacional.


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