"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

O QUE REALMENTE FAZ DIFERENÇA, É O CONHECIMENTO

Quase todas as grandes questões do mundo atual têm uma origem comum.

Quando leio sobre questões políticas atuais, noto sempre que as pessoas infelizmente não conhecem a origem de seus próprios pensamentos – e, ainda mais, desconhecem a história que gerou o que discutimos no mundo de hoje.

Quer um exemplo? Estamos numa nova discussão política que parece velha: o ressurgimento do nacionalismo, sobretudo contra o chamado globalismo. 

Mas por que o nacionalismo voltou no século XXI? Qual a sua origem? Por que o famoso nacionalismo alemão gerou tanto os Irmãos Grimm quanto Adolf Hitler?

O nacionalismo teve seu grande ápice na Primeira Guerra Mundial, quando um nacionalista sérvio-bósnio destruiu o sistema de monarquias internacionais. 

E foi seu fim que criou os órgãos de governança globalistas de hoje.

Pense nos problemas mundiais de agora. Oriente Médio? Os diversos países da região passaram a existir – brigando entre si – quando o Império Otomano ruiu após a revolta árabe, no fim da Primeira Guerra. 

Intervenções americanas? A América abandonou o isolacionismo... no meio da Primeira Guerra. Aliás, a Primeira Guerra foi a primeira “guerra ao terror” – e foi quando o Ocidente parou de admirar reis para vibrar com a democracia.

E nossas explicações para estes problemas? Marxismo? Virou política de Estado com a Revolução Russa, no meio da Primeira Guerra Mundial. 

Feminismo? A conquista do voto feminino foi no fim... da Primeira Guerra. Estado laico? Ideologia? Novas formas de família e de sexualidade? Adivinhe...

Há mais de 6 anos que venho estudando a fundo a Primeira Guerra Mundial, e fico cada vez mais impressionado com o pouco que sabemos de um conflito que definiu muito do que pensamos. 

É dificílimo imaginar algo que estejamos discutindo no Facebook ou no Twitter HOJE que não tenha tido sua origem, ou sua materialização e expansão, justamente em um conflito que completou 100 anos há pouco.

Sempre quis criar algo que explicasse a fundo as idéias modernas – o que está “por trás” de muitas das nossas discussões, que usam palavras poderosas, mas vazias de sentido quando não sabemos seu histórico. 

E percebi algo: boa parte do trabalho estava em entender um conflito quase ignorado, sobretudo quando comparado à Segunda Guerra. 

Mas, afinal, até o horror nazista só ocorreu... por causa da Primeira Guerra Mundial.

Por isso preparei este curso: não é apenas para olhar para o passado, mas para te ajudar a entender problemas de hoje, questões que estão sendo discutidas agora – e vai desde a arte moderna até o papel do Estado. Além de importante, certamente é emocionante!

Garanto uma coisa pra você: vai ser transformador.

O Guten Morgen Go – Primeira Guerra Mundial é um curso em vídeo, áudio e textos sobre os efeitos duradouros da Grande Guerra no mundo atual.

Não se trata meramente de um curso de história, e sim de uma análise cultural sobre como esta guerra tão pouco estudada definiu como o mundo seria atualmente.

É a Primeira Guerra que marca o triunfo hegemônico da democracia sobre as antigas monarquias, o desencantamento da religião e da tradição, que permitiram a ascensão de visões de mundo seculares, como o marxismo e a psicanálise, além da era do modernismo nas artes e no pensamento – toda a tradição anterior passa a ser ignorada e criticada, tratando-se o mais recente sempre como mais válido do que o mais antigo.

Apesar de ignorada ao ser comparada com a Segunda Guerra, com o horror do Holocausto e das bombas nucleares, foi a trágica e eletrizante Primeira Guerra Mundial que delineou o mundo, os conflitos, a política e as ideologias que marcam nosso pensamento do século XX até os nossos dias.

21 de dezembro de 2020

Flávio Morgenstern

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