"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 23 de julho de 2019

POR QUE A DEMOCRACIA PRECISA DE ARISTOCRACIA



Indivíduos qualificados escolhidos pelo povo

Sêneca, o filósofo romano, relata a estória do assassinato de Calístenes por Alexandre, o Grande como sendo o "crime eterno" do líder macedônio. Escreveu Sêneca em sua enciclopédia Naturales Quaestiones:

Sempre que alguém disser que 'Alexandre matou vários milhares de persas', a contra-resposta será: "E matou Calístenes também". Quando alguém disser que 'Alexandre matou Dario, que possuía o maior reinado da época', a resposta será: "E ele matou Calístenes também". Quando alguém disser que 'Ele conquistou tudo o que havia sobre a terra até o oceano... e estendeu seu império desde uma esquina de Trácia até as fronteiras mais longínquas do Oriente', a resposta será: 'Mas ele matou Calístenes'. Embora ele tenha ido muito além das façanhas de todos os generais e reis que o precederam, dentre todas as coisas que ele fez nada será tão grande quanto esse seu crime.

Essa anedota resume dramaticamente aquilo que já foi considerado a mais sublime criação da Civilização Ocidental: o indivíduo aristocrata, celebrado desde os filósofos romanos, passando pelos ingleses do século XVIII, como Gibbon, até chegar aos americanos do século XIX, como Emerson.

Desde o apogeu daquela visão prometéica sobre o imensurável potencial do indivíduo — que fez de um Calístenes alguém mais importante do que todo um exército — até chegarmos à visão degenerada do indivíduo como um ser inevitavelmente fraco, cujo interesse próprio é quase sempre malévolo e cuja dignidade é inevitavelmente desvalida, poucas ideias ocidentais foram mais aviltadas e sujeitadas a uma implacável destruição do que a noção de indivíduo.

Com efeito, nada é mais banal e clichê do que vituperar contra a noção de individualismo, e caluniá-la como sendo algo inerentemente pecaminoso e moralmente errado. O "si próprio" passou a ser visto como um repositório de vergonha viva, culpa, ganância e atitudes anti-sociais.

É essa moderna e deturpada noção de "individual" que fez com que os problemas maciços enfrentados por todas as democracias ocidentais deixassem de ser fundamentalmente políticos e se tornassem majoritariamente filosóficos.

E tal realidade, por sua vez, resultou de uma confusão acerca de dois conceitos completamente distintos de democracia: há a democracia aristocrática — que foi aquela que os Pais Fundadores dos EUA tinham em mente — e há a democracia igualitária, que é justamente essa que criamos e na qual vivemos, e que está nos colocando em perigo.

Foi o próprio Thomas Jefferson quem disse que os cargos públicos deveriam ser exercidos por "aristoi naturais" e que a educação em uma República deveria ser "democrática e aristocrática". Também é válido relembrar os receios quase obsessivos de James Madison e Alexander Hamilton sobre uma "oclocracia", bem como a repulsa de ambos à ideia de democracia direta. (Escreveu John Randolph: "Quando falo em povo, tenho em mente apenas a parte racional dele. Os ignorantes e vulgares são incapazes tanto de julgar as modalidades de governo quanto de controlar suas rédeas").

Para ficar bem claro: "igualitário" não significa igualdade; significa o menor denominador comum tendo a maior influência política e cultural possível, seja essa influência impulsionada pela elite ou pelas massas. E o termo "aristocrático" é aqui utilizado não no sentido de baronatos, linhagens e fortificações muradas, mas sim em seu original sentido filosófico, o qual foi muito bem resumido por ninguém menos que o poeta Lord Tennyson como significando "auto-respeito, auto-suficiência e auto-perpetuação".

É essa qualidade de pensar no longo prazo, algo inerente à perspectiva aristocrática, que é o seu mais importante aspecto. É isso o que faz com que a liberdade do indivíduo em uma sociedade democrática seja duradoura e esteja ligada àquilo que o torna capaz de se sustentar e se manter vivo: seus meios de produção, ou o capitalismo.

Isso significa que uma democracia adequada — na qual o "auto-respeito e a auto-perpetuação" necessários ao cidadão são preponderantes — tem necessariamente de ser "devidamente" capitalista, pois apenas esse arranjo permitirá ao cidadão sua "auto-perpetuação" no longo prazo.

O futuro da democracia será decidido pela disputa entre visões de curto e de longo prazo. Nas décadas vindouras, é isso o que determinará se o Ocidente conseguirá ou não sair do seu declínio.

Em suma: se as modernas democracias capitalistas ocidentais quiserem sobreviver, elas terão de incorporar aquilo que sempre consideraram ser seu completo oposto: características aristocráticas (a visão de longo prazo). Se, por outro lado, as coisas continuarem como estão, a democracia irá cada vez mais assumir características totalitárias e culminar naquilo que Thomas Jefferson rotulou de "despotismo eletivo", em que uma suposta vontade popular será incorporada em um governante que, por sua vez, irá subjugar completamente uma população impotente, indefesa e desarmada.

Uma notável tendência intelectual e social que ilustra bem todos esses fatores — a deturpação do conceito de indivíduos; a preferência maciça pelos apetites e impulsos do presente; o moderno desprezo da sociedade pelo futuro e pelo planejamento para o futuro — pode ser vista no relativamente recente modismo de querer "transformar" o capitalismo em algo que ele não é e que jamais deveria se tornar. A subversão está ocorrendo justamente naquele ponto em que subversões tendem a ocorrer primeiro: na linguagem.

Alterações sutis na terminologia começaram a ganhar força desde o início da crise financeira, e só se intensificaram de lá para cá. Hoje, é corriqueiro vermos filósofos, sociólogos e até mesmo economistas clamando por um "socialismo de mercado", ou por um "mercado socialmente regulado", ou por um "capitalismo comunitário", ou por um "capitalismo social", ou por um "empreendedorismo mais includente". Igualmente comuns são os apelos para se acabar com algo que chamam de "capitalismo excludente" ou "capitalismo selvagem".

Superficialmente, tudo isso parece inofensivo, até mesmo positivo. Com efeito, para muitas pessoas, inclusive líderes empresariais, essas novas categorias de pensamento representam um passo inteligentemente progressista na direção correta, em que as finalidades produtivas do capitalismo são respeitadas ao mesmo tempo em que alguns elementos de fiscalização social são incluídos no arranjo. Como benefício adicional, dizem seus defensores, a palavra 'capitalismo' fica purificada de suas conotações depreciativas.

Mas é aí que jaz o perigo. Na raiz deste linguajar sutil está a filosofia de que o cerne do sistema capitalista — o indivíduo e seus ganhos individuais, sua busca pelo lucro, seu interesse próprio, sua distinção pessoal e até mesmo a sua glória — é algo na melhor das hipóteses reprovável; na pior, inerentemente e irremediavelmente criminoso e corrupto.

Simultaneamente, de acordo com tal pensamento, somente uma mentalidade grupal/comunal/social possui um objetivo econômico legítimo e, por extensão, moralmente superior. Esse modismo recorre ao truque baixo de equiparar o genuíno capitalismo ao atual arranjo corporativista em que uma pequena elite que tem boas relações com políticos é beneficiada com subsídios, com políticas protecionistas e com regulações específicas que lhe garantem reservas de mercado. Recorre também ao truque baixo de equiparar capitalismo com o gangsterismo de alguns bancos que, justamente por saberem que serão socorridos pelo estado caso façam apostas mal sucedidas, fazem lambança, se tornam insolventes e derrubam economias inteiras. O objetivo é solapar e difamar o conceito de capitalismo.

A premissa do capitalismo é dessa maneira revertida: os fins passam a ser a coletividade, e a redistribuição passa a ser uma ética suprema, mais importante do que a proteção aos meios fundamentais de produção, que são o indivíduo, sua mente e sua capacidade. O igualitário se torna o objetivo a ser almejado ao passo que o aristocrático — os tradicionais padrões éticos e morais, o planejamento de longo prazo e a perpetuação da geração — se torna o objeto de desprezo.

Eric Hoffer, em seu clássico The True Believer, escreveu:

A razão por que elementos inferiores de uma nação conseguem exercer uma grande influência sobre seu destino é que eles são completamente destituídos de respeito e reverência pelo presente e pelo futuro. Eles veem tanto suas vidas quanto o mundo atual como tragédias sem solução, e, por isso, estão permanentemente dispostos a desperdiçar e destruir ambos. Daí sua propensão ao caos e à desordem.

Este é o caminho da autodestruição de um igualitário. Ele pensa apenas no curto prazo, pois o presente é um martírio a ser superado, o passado é invariavelmente uma fonte de tormentos, e o futuro está fora do seu controle e além de suas preocupações. O curto prazo é o conveniente, é o instantâneo, é o estimulador do apetite. Rapidamente, o curto prazo se torna não apenas a mentalidade econômica escolhida, mas também a política, cultural e social.

E então tudo passa a ter um horizonte temporal curtíssimo. Todos visam apenas ao curto prazo em termos financeiros, políticos, educacionais, amorosos, de relações humanas, de durabilidade de um produto ou serviço, de comprometimentos, de concentração, de esforço. Até mesmo a arte sofre uma forte degradação: filmes, músicas e pinturas são reciclados, descartáveis e esquecíveis. Tudo isso gerou a atual safra de capital humano que temos hoje. E então, a vox populi e seus representantes políticos passam a deplorar esse capital humano como sendo composto de indivíduos desgraçados, vorazes e exploradores, que fazem maquinações e trapaças para conseguir o que querem da maneira mais rápida possível. Ora, eles deveriam ter previsto isso. Foram eles que criaram esse "indivíduo".

Por mais dramático que pareça, há um fim direto para tudo isso. Uma sociedade democrática que não exige padrões éticos e morais mais elevados de seus indivíduos irá se tornar, por total falta de opção, totalitária. Ou seja, se nada for exigido do indivíduo, então nada poderá ser exigido das massas, pois aquilo que não é exigido de uma pessoa não pode ser exigido de uma manada. Com o tempo, surgirá um indivíduo que incorporará a "vontade popular", e ele será investido da responsabilidade de cuidar de todos, transformando-se em um déspota esclarecido — o "déspota eleito", nas palavras de Thomas Jefferson.

No mundo ocidental atual, há um capital humano que não está muito apto para uma democracia aristocrática — certamente, não economicamente. O elemento aristocrático presente em uma democracia é o que garantirá sua qualidade no longo prazo. A aristocracia é o instinto necessário que a democracia terá de adquirir novamente se quiser sobreviver. E, para isso, o capitalismo — que fornece o apoio prático a esse tipo de democracia — terá de se livrar de seus pretensos modificadores (que vivem mortificados por uma espécie de culpa inconsciente) e de rótulos apologéticos que lhe foram pregados.

Houve uma época na Europa em que essa visão de mundo gerou grandes fortunas que foram acumuladas com o intuito de sustentar gerações com um mesmo sobrenome. Nos EUA, esse arranjo europeu se tornou uma inspiração para James Madison, John Adams e Thomas Jefferson, que seguidamente enfatizavam a necessidade de "cidadãos valentes e nobres" para preservar seu vasto e incrível experimento.

Essa é a concepção do tipo de indivíduo que nenhuma grande força — imperadores, exércitos, governos — é capaz de substituir. É desse tipo de aristocracia que necessitamos urgentemente no mundo ocidental.


23 de julho de 2019
Marcia Christoff-Kurapovna
mora em Viena, Áustria, e já escreveu artigos para o The Wall Street Journal Europe, o The International Herald Tribune, a The Economist e o The Christian Science Monitor, entre outras publicações. Publicou seu primeiro livro em 2009, Shadows on the Mountain, uma história real sobre operações de inteligência na Iugoslávia da Segunda Guerra Mundial.


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COMENTÁRIOS




Pobre Paulista 11/04/2014 13:47
Uma legítima Austríaca!




Mohamed Attcka Todomundo 11/04/2014 18:01

revigorante ouvir isto de uma mulher. alem de raras em nossa seara, pelo menos no meio em q estou, sao de uma ingenuidade e tolice acintosas, sempre raciocinando por premissas emocionais e grupais; buscando nao qualquer plausibilidade/verdade no pensamento, mas aceitaçao e inclusao num grupo

mulheres com raciocinio claro, bem fundado e aristocratico como da Marcia Christoff-Kurapovna sao a real medida de se os esforços liberalistas estao surtindo efeitos: se o nº delas permanece inalterado ou decresce, é pq estamos fracassando em alterar os rumos dos debates e a maré das ideias (lembrando sempre que são elas q criarão e educarão as crianças).



Leonardo Faccioni 11/04/2014 13:51

"Verdadero aristócrata es el que tiene vida interior. Cualquiera que sea su origen, su rango, o su fortuna."

"El amor al pueblo es vocación de aristócrata. El demócrata no lo ama sino en período electoral."

(Nicolás Gómez Dávila)




Mohamed Attcka Todomundo 11/04/2014 18:18

e digo +, citando verbete da wikipedia sobre Eric Hoffer:


[i] "Hoffer fue uno de los primeros en reconocer la importancia central de la autoestima para el bienestar psicológico. Mientras muchos escritores recientes se enfocan en los beneficios de una autoestima elevada, Hoffer se concentraba en las consecuencias de tener una baja autoestima. Preocupado por el surgimiento de los gobiernos totalitarios, especialmente los de Adolf Hitler y Iósif Stalin, intentó hallar sus raíces en la psicología humana. Descubrió que el fanatismo y la hipocresía están enraizadas en la duda, el odio hacia sí mismo y la inseguridad. Según lo describe en The True Believer, una obsesión con el exterior o con la vida privada de otras personas es sencillamente un intento cobarde del individuo por compensar su sentimiento de vacío existencial.

Los movimientos de masas analizados en The True Believer incluyen a los movimientos religiosos (con extensas discusiones sobre el Islam y el Cristianismo), así como los movimientos políticos. También incluyen a los aparentemente benignos movimientos de masas que no son ni políticos ni religiosos. Un principio clave en el libro es el agudo razonamiento de que los movimientos de masas son intercambiables: Hoffer notó que algunos nazis fanáticos luego se tornaron fanáticos comunistas; que algunos comunistas fanáticos luego se convertían en fanáticos anti-comunistas; o que Saul, perseguidor de los cristianos, luego se convirtió en Pablo, cristiano fanático. Para el verdadero creyente la sustancia del movimiento de masas no es tan importante como el hecho de que él o ella es parte de ese movimiento. Hoffer incluso sugiere que es posible detener el auge de un movimiento de masas indeseable al sustituirlo por un movimiento de masas benigno, el cual le daría a aquellos predispuestos a unirse a un movimiento un desfogue para sus inseguridades.

Su visión era original, vigilando un nuevo terreno abiertamente ignorado por las tendencias académicas dominantes en la época. Particularmente, no era en absoluto freudiana, en un tiempo cuando casi toda la psicología estadounidense estaba confinada en el paradigma freudiano. Al evitar las corrientes académicas principales, logró evitar los limitantes que trae consigo el pensamiento establecido. Hoffer apareció en la Televisión Pública estadounidense en 1964, y luego en dos conversaciones de una hora con el periodista de la CBS Eric Sevareid."





anônimo 11/04/2014 13:59
Fantástica análise/declaração.




Julio Heitor 11/04/2014 14:29

"O elemento aristocrático presente em uma democracia é o que garantirá sua qualidade no longo prazo. A aristocracia é o instinto necessário que a democracia terá de adquirir novamente se quiser sobreviver."

Este ponto em especial eu discordo. Não acredito que uma cultura aristrocática possa sobreviver no longo prazo em um sistema democrático. A tendência será sempre que "benevolentes" lideres políticos ofereçam caminhos mais fáceis do que a visão de longo prazo e, ludibriando a maioria insensata, enterrem ideias aristrocáticas sempre que as mesmas começarem a florescer.



Ricardo 11/04/2014 14:38

Esse é justamente o ponto. Esse elemento aristocrático terá de sobreviver para que um arranjo democrático tenha alguma chance de durabilidade. Caso o elemento aristocrático não sobreviva, o arranjo democrático descamba em oclocracia. Exatamente como já está ocorrendo em vários países da América Latina.



Rafael 12/04/2014 01:03

Também discordo, Julio. Aliás, acho essa ideia de democracia aristocrática completamente inviável no mundo real.

O povo em sua maioria vota por interesses próprios e imediatos, não tem visão de longo prazo.

O homem médio não tem capacidade intelectual para discernir entre o embuste marxista/keynesiano e a filosofia austrolibertária. Nem mesmo nos países mais desenvolvidos e politizados isso é possível. Nem mesmo se todos se interessassem por Política, Filosofia e Economia, o que nós bem sabemos que não é o caso. Tem muita gente que simplesmente não se importa.

O resultado, então, é que numa democracia com sufrágio universal serão eleitos sempre os que representem o voto médio. Para serem eleitos os melhores só os melhores poderiam votar. Todavia, a quem seria dado o direito de escolher esses seres iluminados capazes de votar?

Confesso que acho essa ideia um tanto quanto antilibertária.

A democracia é um sistema falho e sem conserto, pelo menos até que se prove o contrário.



Pedro Ivo 12/04/2014 14:00

"Todavia, a quem seria dado o direito de escolher esses seres iluminados capazes de votar?"

Critérios para o voto:

[1] idade mínima de 30 anos (exclui adolescentes);

[2] prova de proficiência (a pessoa tem que provar que conhece o básico das distinções jurídicas e governamentais em que está votando);

[3] tem que ser proprietário de bens (uma vez que impostos incidirão sobre bens, só proprietários votam - excluindo a demagogia oclocrática de dar acesso às propriedades alheias a quem quer que seja. Por ex.: se os impostos incidirão sobre imóveis e terras, só proprietários de imóveis e terras votam; se incide sobre salários, votam todos cujo salário esteja no intervalo de corte de serem taxados).

[4] Para candidatar-se, idade minima de 40 anos; ao menos 10 anos de atividade numa área profissional; prova de proficiência; e um MBA, ou afim, na área relativa à candidatura. tudo isto para garantir maturidade e capacitação conceitual e metodológica.

"Confesso que acho essa ideia um tanto quanto antilibertária". Sim. É para isto mesmo. Se for libertarismo, não há democracia; se há democracia, não pode ser libertária, então tem de ser aristocrática.

E 2 artigos que não custa lembrar:

O que deve ser feito para nos livrarmos da opressão estatal

Como privatizar serviços de infraestrutura



Luiz 25/01/2018 15:58

Concordo contigo, Julio.

A aristocracia não é a fonte das virtudes, mas o lar das traições e da soberba.

O igualitário é apresentado como algo vulgar e degenerado. Felizmente, não construímos conhecimento, relações e governos de forma individual e iluminada.




Mr. Magoo 11/04/2014 14:53

Julio, elemento aristocratico não é cultura aristocratica.



Rodrigo Amado 11/04/2014 14:58

"Este é o caminho da autodestruição de um igualitário. Ele pensa apenas no curto prazo, pois o presente é um martírio a ser superado, o passado é invariavelmente uma fonte de tormentos, e o futuro está fora do seu controle e além de suas preocupações."

É a mentalidade revolucionária.



Mr. Magoo 11/04/2014 15:09

Oclocracia cleptocratica




Carlos 11/04/2014 15:32

Pô, Sêneca! Calístenes era seu amante? Que tanta revolta é essa?



Mr. Magoo 20/04/2014 14:19

Calístenes morreu por não querer se prostrar na frente ao rei. Sêneca considerava isso superior a qualquer coisa (igualdade de autoridade).



Emerson Luis, um Psicologo 11/04/2014 16:24

Foi o que Fukuyama disse: a democracia liberal obteve uma vitória moral, sendo a melhor forma de governo que o ser humano pode produzir; mas ela sofre ameaças e uma das maiores é a social-democracia.

* * *



Marcos 11/04/2014 19:45

No Brasil não há aristocracia alguma e a consequências são exatamente aquelas apontadas no texto. Somos o exemplo final do desastre que o despotismo eleitoral pode causar. O brasileiro é possivelmente o povo mais violento e inculto do mundo.



Occam's Razor 11/04/2014 21:35

Para se divertir (ou não) um pouquinho. 



Eduardo Bellani 11/04/2014 23:45

Legalizar o mercado de maconha iria favorecer as FARC? Primeira vez que vejo um vídeo

do famoso Olavo, e devo confessar que não fiquei impressionado.



Johnny B. Goode 12/04/2014 08:54

Péssimo pras FARC. Iria criar concorrência e tirar seu monopólio.



Will 13/04/2014 16:04

Quem garante q o Estado não manterá o monopólio das FARC? Afinal o Estado brasileiro já tem mantido vários monopólios mediante o uso da força.



Eduardo Bellani 13/04/2014 23:52

Por isso que libertários são a favor de liberar mercados, e não legalizar-los, no sentido estatal da palavra.

Agora, achar que legalizar um mercado por si só favorece um monopólio é ignorância econômica.
Abraços.




Carlos 14/04/2014 02:40

O Brasil parece não gostar desse nosso caminho. Agora mesmo há um projeto de "legalização" da maconha que, bem, as palavras finais são essas:

"O deputado explica que este projeto de lei não pretende "liberar" o comércio da maconha, mas regulá-lo. Para ele, a regulação que este projeto de lei propõe, não "libera a maconha", mas estabelece regras para sua produção e comercialização baseadas em critérios técnicos e científicos"

www.votenaweb.com.br/projetos/plc-7270-2014



Luis Guilherme Sella 14/04/2014 04:28

Só vejo um problema aí: neste caso, quem detém o monopólio sobre a matéria-prima é o clima e a região, o que dá uma grande vantagem às FARC. Em teoria, o livre mercado tenderia a destruir o monopólio; concordo com você, Eduardo. Mas isso só seria possível caso o mercado de drogas fosse liberado nos países produtores de matéria-prima também. Ou seja: lá onde se produz a folha de coca e as papoulas também teria que ter concorrência, o que não acontece no momento.

Veja bem. Produzir maconha no Brasil é tranquilo: o solo e o clima são favoráveis e essa poderia se tornar uma atividade agrícola como qualquer outra, inclusive uma commoditie como soja e milho, por exemplo. Quem quer usar pode também cultivar a planta em suas próprias hortas e ser auto-suficiente ou pequeno produtor. Neste mercado, nenhum problema.

O problema começa é com a cocaína e seus derivados. Não sou agrônomo - portanto não entendo do assunto -, mas acredito que a coca não pode ser cultivada no Brasil por questões climáticas e ambientais - pelo menos só se vê pés de coca nas regiões andinas. Se assim for, o mercado brasileiro de cocaína, crack e etc continuaria nas mãos das máfias inevitavelmente. Mesmo que as indústrias farmacêuticas quisessem adentrar ao mercado, elas seriam dependentes do monopólio das FARC sobre a matéria-prima, a menos que tivessem força suficiente para desbancar toda a influência que a máfia tem sobre as regiões agrárias onde a coca é cultivável. Seria necessário um investimento muito grande de toda a indústria para conseguir produzir coca livremente nos Andes sem que as FARC pudessem impedir e não há garantia de que fosse viável. A máfia poderia, inclusive, cobrar altas taxas para "legalizar" tal atividade, o que as tornaria ainda mais poderosas.

Os preços da droga no varejo cairiam já que não haveria mais as perdas inerentes a um mercado ilegal, mas as margens de lucro da máfia tenderiam a ser as mesmas ou maiores enquanto ela dominasse o fornecimento de matéria-prima à força. Se o quilo da pasta-base sai lá da Colômbia a $100 e é vendido no varejo a $100.000, o que baixaria com a liberalização unilateral seria o custo do "atravessamento". O quilo do produto continuaria saíndo do fornecedor a $100 - mantendo as mesmas taxas de lucro -, apenas seria vendido no varejo a um valor menor que os $100.000. Em se tratando de drogas, não se pode concluir que menor preço seja o mesmo que maior consumo. Mas pode-se prever que, mesmo que não na mesma proporção, um preço mais acessível conquistaria mais consumidores. Maior consumo = mais produção. Se não for possível aumentar a oferta, os preços sobem. Ao mesmo tempo, como monopolista, percebendo que existe muito mais facilidade para circular a sua mercadoria e sentindo que o valor dela está aumentando no mercado consumidor com uma demanda em expansão, ele pode ajustar seus preços para cima. De um jeito ou de outro, seus lucros aumentariam e a máfia, consequentemente, ganharia mais poder ainda.

Existem alguns exemplos de outros países que parecem interessantes:

Os EUA fizeram a legalização parcial da maconha de um jeito inteligente. Esse processo já vem há anos sendo planejado. Desde a década de 90, a atuação maciça das forças policiais americanas desmontaram as cadeias produtivas de maconha nos países da América do Sul, principais fornecedores da droga para os EUA na época. Só depois de desmantelarem esse mercado é que eles legalizaram o consumo. Resultado: hoje a atividade econômica que mais cresce nos EUA é a produção e comercialização de maconha (e de receitas médicas também).

A Suíça também tem um programa que me pareceu interessante. Lá o principal problema é a heroína. Eles montaram um programa governamental que consiste em postos de aplicação da droga onde os viciados tem toda assistência e ficam livres dos traficantes. A heroína é produzida e fornecida pelo próprio Estado aos viciados, 100% pura. Os viciados vão até o local, são acompanhados por profissionais de saúde e tem a disposição toda uma estrutura de assistência psiquiátrica e psicológica. Pelo que andei lendo e vendo, parece que tem funcionado. Eles estão conseguindo desbancar as máfias com um custo bem menor do que o da repressão policial e reduzir o número de viciados. Claro que nem preciso mencionar que uma coisa dessas jamais funcionaria no Brasil...

O Uruguai está adotando um sistema onde é o exército quem produz a droga. Faz sentido: o exército é um dos responsáveis por vigiar as fronteiras e não permitir a entrada no país das drogas produzidas pelas máfias. Como o policiamento não se mostrou eficaz, colocaram o exército a concorrer com as máfias no mercado delas. Em teoria, parece ser bem mais barato e eficiente.

Não sou contra a liberação do mercado, só acho que antes de por em prática tem que se avaliar todos os possíveis riscos. Temos que lembrar que é um monopólio conquistado e mantido pela força das máfias e vejo um sério risco de a liberação fortalecer as FARC e outras máfias, sim. Considero um meio muito complexo para, a princípio, o simples livre mercado organizar por si só.



RIcardo 05/05/2014 16:58

Não gosto do Olavo, por ser reacionário demais, mas ele escreveu um texto sobre o assunto melhor do que este.

"na Idade Média, os encargos da defesa territorial incumbiam inteiramente à classe aristocrática: ninguém podia obrigar um camponês ou comerciante a ir para a guerra, mas o nobre que fugisse aos seus deveres bélicos seria instantaneamente executado pelos seus pares. Noblesse oblige : a classe aristocrática era liberada de parte dos rigores morais cristãos na mesma medida em que pagava pela sua liberdade com a permanente oferta da própria vida em sacrifício pelo bem de todos. A democratização da permissividade espalha os direitos da aristocracia por uma multidão de recém-chegados que de repente se vêem liberados da pressão religiosa sem ter de assumir por isso nenhum encargo extra, por mínimo que seja, capaz de restaurar o equilíbrio entre direitos e deveres. Ao contrário, junto com a liberdade vem o acesso a bens inumeráveis e a um padrão de vida que chega mesmo a ser superior ao da velha aristocracia – tudo isso a leite de pato. Ortega y Gasset notou, no seu clássico de 1928, La Rebelión de las Masas , que o típico representante da moderna classe média, o "homem massa", era realmente um filhinho-de-papai, um señorito satisfecho que se julgava herdeiro legítimo de todos os benefícios da civilização moderna para os quais não havia contribuído em absolutamente nada, pelos quais não tinha de pagar coisa nenhuma e dos quais, geralmente, ignorava tudo quanto aos sacrifícios que os produziram."

www.olavodecarvalho.org/semana/070611dc.html



Léo 10/12/2015 21:58

Se Legalizar a maconha no Brasil (e não Descriminalizar) vai acontecer exatamente o que o Olavo está falando. O governo vai apenas manter os monopólios existentes, igual fazem com a maioria dos setores.

Os políticos do Brasil não sabem o que é livre comércio e empreendedorismo. Acham que capitalismo de mercado é apenas que produtos devem ser vendidos por empresários e que "capitalismo" é o mesmo praticado em qualquer lugar do mundo.



Carlos Eduardo 11/04/2014 20:32

Excelente artigo. Tem uma entrevista bem legal, curta e direta do Principe Dom Bertrand de Orleans e Bragança

https://www.youtube.com/watch?v=1Lm_twYBZKI



Carlos 12/04/2014 16:07

Esse cara é muito bom. Eu mesmo acho estranho alguém defender a volta da família real numa monarquia, porém esse cara daria um governante ferrado!



Mr. Magoo 11/04/2014 22:45

Só para marcar à atualidade do assunto: umas semanas atrás no The Economist, com na capa a foto de Putin em cima de um blindado e com o título "The New World Order": "... O Ocidente, frente à essa situação,...deveria sobretudo refletir e decidir com qual novo tipo de ordem mundial quer viver." No enquanto isso Putin já deu os passos na direçaõ ao dele.




Celso 11/04/2014 22:55

Tenho quase um ano de liberalismo e não entendi nada. Que negócio é esse de "aristocracia"? Alguém poderia indicar livros, links, artigos, etc.?



Fred Ribeiro 14/04/2014 13:03

Celso, leia "A Política" de Aristóteles. Será esclarecedor.

Bons estudos!



Fred Ribeiro 14/04/2014 13:56

Celso, Leia "A Política" de Aristóteles.



Nilo BP 12/04/2014 04:48

Não entendo a obsessão em redimir a democracia, mas fora isso, excelente artigo!

Esse é o verdadeiro libertarianismo: o que reconhece que a liberdade e a prosperidade dependem de todo e de cada indivíduo. O que lembra a pessoa de que quando ela age, ela está deixando a sua marca no mundo e nos outros.

Não existe panacéia nem receita de bolo. Não existe uma classe de demônios opressores e outra de inocentes oprimidos. O que existem são indivíduos, suas crenças, suas ações. É aí que temos que atuar para mudar alguma coisa.



Mr. Magoo 12/04/2014 09:56

Prezado Rafael, a Autora não defende a democracia, defende o Capitalismo e o Indivíduo com a sua Individualidade, que, pelo ponto de vista dela precisa recuperar uns elementos aristrocraticos que lhe foram arrancados. Elementos esses aceitos pela Autora na definição de: auto-estima, auto-suficiência, auto-perpetuação (esse trés elementos te satisfariam para a definição de: Libertario?). Não precisa ter uma linhagem aristocratica para ter alma nobre.



Ismael Bezerra 12/04/2014 15:26

"o genuíno capitalismo ao atual arranjo corporativista em que uma pequena elite que tem boas relações com políticos é beneficiada com subsídios, com políticas protecionistas e com regulações específicas que lhe garantem reservas de mercado. Recorre também ao truque baixo de equiparar capitalismo com o gangsterismo de alguns bancos que, justamente por saberem que serão socorridos pelo estado caso façam apostas mal sucedidas, fazem lambança, se tornam insolventes e derrubam economias inteiras. O objetivo é solapar e difamar o conceito de capitalismo". Era isso que eu achava que era o capitalismo até encontrar o Mises. Tento ensinar para todos os que conheço: familia,familiares,colegas de faculdade,colegas de trabalho, vizinhos, membros da igreja a que pertenço.



anonimo 12/04/2014 17:11

Observe a explanação muito bem explicada pelo economista Waldir Serafim.

Então, quando LULA assumiu o Brasil,

Em 2002, devíamos:

Dívida externa = 212 Bilhões

Dívida interna = 640 Bilhões

Total DA Dívida = 851 Bilhões

Em 2007 no governo Lula (Transfere a dívida externa para interna):

Dívida Externa = 0 Bilhões

Dívida Interna = 1.400 Trilhão

Total DA Dívida = 1.400 Trilhão

Em 2010 no governo Lula:

Dívida Externa = 240 Bilhões

Dívida Interna = 1.650 Trilhão

Total DA Dívida = 1.890 Trilhão

Ou seja, no governo LULA,

A dívida do Brasil aumentou em 1 Trilhão!!!

E não é com dinheiro do crescimento, Mas sim, com dinheiro de ENDIVIDAMENTO.

O Governo não está conseguindo pagar os Juros da dívida.



Paraninfo 11/12/2015 09:09

Parece que a estratégia de fortalecer os bancos nacionais não adiantou nada. O governo está endividado demais e tem 47% da população com nome sujo.

Mesmo com os bancos sendo os maiores credores do governo, as taxas de juros continuam sendo altas, os lucros dos bancos são altos, o atendimento não é bom , etc. A única coisa razoável é que temos segurança para colocar o dinheiro em um banco que tem menos risco.

Essa troca do endividamento foi aloprada.

O caos vai continuar, enquanto o governo tentar segurar a inflação com medidas monetárias centralizadas. Só a liberdade econômica pode gerar a concorrência necessária para segurar a inflação via mercado e depender menos da área monetária. Como o endividamento e inflação aumentam muito por conta das barreiras comerciais, trabalhistas e alfandegárias, o governo é obrigado a aumentar juros.

Enfim, quem acha que medidas monetárias centralizadas podem resolver problemas econômicos vai quebrar a cara. As medidas monetárias tem efeitos colaterais gravissímos.



Leo 11/12/2015 16:13

A dívida do Brasil já está entre 65% e 70% do PIB brasileiro.

O Brasil, além de não crescer, está com a maior dívida da sua história.

Parabéns ao desenvolvimentismo e ao populismo.




Iun 25/04/2014 17:07

Interessante como os posts vão mudando de assunto.

Hoje a manutenção de um número tão assustador de pessoas povoando a Terra só é possível com a "igualitária' administração. Não é mais possível fazer experiências.

Mas a experiência natural que irá acontecer é que o ambiente será disputado pelas pessoas. E ainda há gente que tem tempo de discutir formas ideais etc.

Enquanto o ebola oferece perigo. E detonamos nosso sangue com Coca-Cola. E acaso a Coca-Cola não foi iniciada por algum aristocrata?



Daniel 25/04/2014 17:27

De novo isso... A sua idéia de "aristocracia" governando têm duas falhas fundamentais.

A primeira é que para uma aristocracia, monarquia, etc funcionar (ou qualquer outro regime de governo que coloque todo o poder nas mãos de uma única pessoa), é necessário encontrar um governante "perfeito" que simplesmente NÂO existe, período. O ser humano é falho, algumas vezes damos sorte e aparece algum líder que de fato é apto para governar sozinho, mas não dá de basear uma sociedade inteira na "sorte" e sofrer com as GRAVES consequências de dar poder total para uma única pessoa que não merece tal poder.

E o segundo problema é que quase sempre os que se consideram a si mesmos "aristocratas" e "dignos" de governar sozinhos são os ÚLTIMOS que deveriam ter tal poder. Uma gorda conta bancária não significa que a dona dessa conta seja uma boa pessoa, inclusive geralmente o que acontece é o exato oposto. Ou em resumo: QUEM têm a autoridade para dizer quem é "nobre" e quem não é? Quem têm a autoridade para decidir quem têm direitos e quem não têm? É a sua conta bancária que diz que você é nobre? Que na minha escola de vida são os atos da pessoa que definem se ela é "nobre" ou não.



Daniela 25/04/2014 18:34

"A sua idéia de "aristocracia" governando têm duas falhas fundamentais."

Vejamos.

"A primeira é que para uma aristocracia, monarquia, etc funcionar (ou qualquer outro regime de governo que coloque todo o poder nas mãos de uma única pessoa),"

Que "poder em mãos de uma única pessoa", criatura?! Pelo visto, você não entendeu absolutamente nada do artigo (tenho certeza de que nem leu). O artigo se refere a uma cultura aristocrática, e não a uma suposta entrega de poderes na mão de um único indivíduo.

Aliás, há um trecho do artigo em que a autora faz um alerta explícito justamente sobre os perigos de se colocar o poder nas mãos de uma só pessoa.

Se ao menos você tivesse lido o artigo -- em vez de sair de maneira afobada atormentando o mundo com sua opinião ignara --, teria visto isso e consequentemente não estaria passando essa vergonha.



anônimo 20/08/2014 19:35

Cut the crap, na prática quem seria essa aristocracia? Os militares? Os empresários donos de empresas de segurança? Quem?



Fernando Chiocca 20/08/2014 21:39

As elites naturais, os intelectuais, e o estado



corsario90 11/12/2015 18:14

Foi nessa época que os direitos e liberdades individuais cresceram e sedimentaram-se, pois havia uma posição clara entre o rei x a burguesia e demais cidadãos que jamais podiam galgar a posição de rei pois não possuíam linhagem real.

Agora com qualquer um pode entrar no barco do poder, o esforço para mudar este atual arranjo democrático de um voto por pessoa será mais penoso, pois todo mundo vai querer uma boquinha de 4 anos para pode morder nosso dinheiro.

Não sei onde vamos parar em termos práticos.......



opinador 11/12/2015 19:01

Não sei onde , na idade média existia liberdade.

Se você falasse que a terra era redonda poderia até ser morto...rs

Esse negócio de poder é uma balela esquerdista.

Governo bom é governo nenhum.

Eu acho que o direito a secessão é mais vantajoso do que esse negócio de criar uma elite que possa votar e esse tipo de coisa.

É por isso que acho a monarquia tão ruim quando a democracia.

Então se a democracia ainda "precisa" existir, que pelos menos seja descentralizada e de escopo reduzido.

O problema não é quem está lá, mas o que pode fazer lá.

Se der as pessoa a opção de "votar com os pés" cada um procura o arranjo que lhe é mais conveniente.

E mesmo dentro desse arranjo, os "governantes" que prefiro chamar de administradores, tenham pouco poder ou quase nulo sobre o individuo.



Corsario90 11/12/2015 23:40

Tá bom, começaram a crescer e sedimentar-se pois havia uma oposição clara e definida. Foi um processo...

Quanto ao futuro num mundo anarco, ninguém pode prever se existirá, mas a busca pelo poder talvez seja inerente à espécie humana, não sei...

Governo nenhum? Também prefiro, mas é tangível?

A libido dominnandi já foi explicada por Santo Agostinho, ela existe e não tem como fugir.

Secessao física acho que é por ae, mas estaremos vivos para ver se isso se tornará possível....

Temos que criar um arranjo que limite a ação dos administradores, governantes, o que seja, mas precisamos fazer isso!!

O deveria ser o socialismo também é craque nisso, mas a praxeologia já mostrou que o ser é o ser e ponto.

Como vc disse, o problema é o que pode fazer lá, ou seja , tem que limitar a margem de manobra, independente de quem esteja lá!!



Emerson Luis 10/12/2015 15:02

"Para Aristóteles, o comportamento político pode ser organizado em três formas principais: a monarquia (governo de um só), a aristocracia (governo dos melhores) e a politeia (governo de muitos). Essas formas, no entanto, estão sujeitas a degradação por interesses privados e pessoais dos homens, sofrendo alterações em seu foco de governo e se desviando da busca pelo bem comum.

Essas formas degradadas são, respectivamente, a tirania, a oligarquia e a democracia (entendida como democracia popular, onde a população livre não teria "a mais perfeita igualdade política", portanto não seria possível existir liberdade e igualdade entre a população, essenciais a um satisfatório governo de todos.

Destarte, essa organização política sucumbe facilmente ao demagogo, ao adulador do povo. Ressalte-se que Aristóteles considerava essa forma, dentre as piores, a melhor.)"

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