“Houvesse a devida diligência por parte do jornalista, teria sido indagado a Tacla Duran a respeito da confissão de seus crimes”, afirma a Lava Jato sobre entrevista do doleiro ao UOL.
A Força-Tarefa da Operação Lava Jato soltou, nesta terça-feira (18), uma nota de repúdio às acusações requentadas do advogado e doleiro Rodrigo Tacla Duran, foragido na Espanha.
Em entrevista ao site UOL, Duran voltou a envolver o nome de Rosângela Moro, esposa do atual ministro da Justiça e Segurança Pública, em um esquema criminoso.
“Paguei para não ser preso”, afirmou o doleiro, apontando uma suposta extorsão no valor de US$ 5 milhões feita quando seu nome veio à tona na investigação da Lava Jato.
Em uma nota oficial de repúdio, a Lava Jato rebateu as declarações do doleiro foragido:
“O informante da notícia é um criminoso confesso, que busca, por meio de ofensas e ilações descabidas, ver-se livre de acusações no território brasileiro. Houvesse a devida diligência por parte do jornalista, teria sido indagado a Tacla Duran a respeito da confissão de seus crimes.”
Leiam abaixo a íntegra do texto divulgado pela Lava Jato:
“A força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) repudia veementemente os ataques à Lava Jato e à Justiça brasileira feitos em reportagem publicada nesta terça-feira, 18 de junho, no portal “UOL”, com o título “Paguei para não ser preso”, em que Rodrigo Tacla Duran alega que foi extorquido pelo advogado Marlus Arns para não ser preso na operação. A matéria se baseia em reiteradas mentiras do criminoso foragido e multidenunciado, que periodicamente são renovadas.
O criminoso já havia feito acusação falsa semelhante contra a operação Lava Jato e a Justiça brasileira em 2017, por meio de videoconferência na CMPI da JBS. Com base nessas falsas acusações, três deputados federais protocolaram representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) para apuração da conduta de integrantes da força-tarefa Lava Jato, a qual foi processada e arquivada, haja vista a absoluta improcedência da acusação, não configurando “infração penal, civil ou administrativa”.
Rodrigo Tacla Duran responde no Brasil a quatro ações penais por lavagem de dinheiro multimilionária, em que diversos colaboradores, como executivos das construtoras UTC e Odebrecht, expressamente afirmam que ele foi o autor da lavagem de centenas de milhões de reais. Tais fatos já mostram por si só o total descabimento da reiterada alegação de extorsão para evitar que fosse preso. Os fatos são públicos e demonstram exatamente o contrário.
A reportagem está equivocada quando afirma que Rodrigo Tacla Duran vive em liberdade na Espanha e que foi advogado da Odebrecht. As inúmeras provas mostram que ele atuou, sim, como operador financeiro, como “doleiro”, e não como advogado. Tanto que o próprio Rodrigo Tacla Duran confessou expressamente a prática de crimes perante autoridades espanholas, admitindo ter realizado operações de lavagem de dinheiro para a Odebrecht (“que lo primero que quiere decir es que el reconoce que ha blanqueado dinero a ODE”- Anexo 96, da denúncia oferecida nos autos 5013130-08.2019.4.04.7000).
Ou seja, ele responde por seus crimes também na Espanha, onde não vive em plena liberdade. O informante da notícia é um criminoso confesso, que busca, por meio de ofensas e ilações descabidas, ver-se livre de acusações no território brasileiro. Houvesse a devida diligência por parte do jornalista, teria sido indagado a Tacla Duran a respeito da confissão de seus crimes.
Como confessado por ele mesmo, Tacla Duran atuou como grande operador financeiro, cometendo diversos crimes de lavagem de dinheiro transnacional. Tal fato pode ser confirmado pelas diversas provas documentais juntadas pelo Ministério Público Federal na ação Penal nº 5054787-95.2017.4.04.7000, como: (a) declaração firmada pela Odebrecht no sentido de que “para viabilizar o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos e políticos lançou mão aos serviços prestados por Rodrigo Tacla Duran, o qual se encarregava de receber recursos ilíticos da ODEBRECHT no exterior, por meio de contas abertas em nome de offshores, e repassá-los, no Brasil e no exterior, aos seus destinatários”; (b) e-mail remetido por Rodrigo Tacla Duran a executivos da Odebrecht em que expressamente admite que “Operei com vocês + de USD$ 300.000.000,00 e acredito eu que nunca trouxe problemas ou aborrecimento de qualquer natureza a vocês”.
A reportagem, sem confirmação dos fatos, ainda omite que a extradição de Rodrigo Tacla Duran foi, em realidade, inicialmente deferida pela Espanha, somente não se concretizando em virtude de o Estado brasileiro não garantir a reciprocidade no tocante a extradição de nacionais.
A força-tarefa Lava Jato lamenta que seja conferido espaço jornalístico para que sejam promovidas acusações absolutamente infundadas, com o objetivo de atacar a operação Lava Jato e a Justiça brasileira para lançar máculas sobre seu julgamento no Brasil e assim alcançar impunidade no exterior.”
19 de junho de 2019
renova mídia
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