"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

SERÁ DIFÍCIL APANHAR BELTRAME, MAS HÁ OUTRO DELATOR QUE PODE ENTREGÁ-LO

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Beltrame alega que jogaram seu nome “na lama”
O delegado federal José Mariano Beltrame, ex-secretário estadual de Segurança Pública do Rio (2007-2016), disse que coloca as declarações de bens, contas bancárias e outros dados patrimoniais à disposição das autoridades judiciais para provar, como garante, que nunca recebeu propina do esquema do ex-governador Sérgio Cabral. Ele chamou de “vagabundo e mentiroso” o economista Carlos Miranda, responsável pela delação que o envolve.
— Sinceramente, não recebi recurso algum. Ele terá de provar — desafiou, irritado.
NÃO CONHECIA – Segundo Beltrame, em 2007, ano em que, conforme disse o delator, a propina de R$ 30 mil começou a ser paga, nem sequer conhecia Carlos Miranda: “Nem sei ao certo se o conheci em algum momento”.
O ex-secretário de Segurança afirma que só conheceu Paulo Fernando Magalhães Pinto algum tempo depois. “Como fico? Foram dez anos de dedicação para chegar a isso aí. E ainda citam o nome da minha mulher. Pelo amor de Deus” — reagiu.
José Mariano Beltrame disse que já foram feitas outras delações, no âmbito na Lava-Jato, que depois se revelaram falsas. O ex-secretário disse que, só agora, um ano e oito meses depois de deixar o governo, conseguiu organizar a vida profissional. Ele é dono de uma empresa de assessoria empresarial na área de segurança. Com a delação, o delegado teme que o projeto seja afetado, pois espera ser obrigado a dar explicações sobre a citação de seu nome:
NOME NA LAMA — “Não dá para aturar o nome na lama. Enterrei ali anos na minha vida profissional. Me sinto agredido por isso. O que direi à minha família?” – indagou.
Beltrame lembrou que, recentemente, venceu um processo judicial contra o ex-governador Anthony Garotinho, depois de se considerar caluniado. Ele não disse, contudo, se pretende fazer o mesmo com Carlos Miranda.
“Lamento que isso ocorra agora, porque sempre fui tratado com muito carinho no Rio” — disse o gaúcho Beltrame.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Vai ser difícil apanhar Beltrame, se não houver provas materiais. O fato concreto é que ele se integrou ao grupo de Cabral, seus filhos chegaram a passar fim de semana em Portobello, curtindo o iate do governador, que estava em nome do laranja Paulo Fernando Magalhães Pinto, que foi preso em 2016 e fez acordo de delação. O então secretário Beltrame passou a viver como milionário e alugou um luxuoso apartamento do próprio Paulo Fernando em Ipanema, pagando aluguel de R$ 15 mil, condomínio de R$ 5 mil e IPTU de R$ 7 mil, segundo a jornalista Berenice Seabra, do Extra. É claro que Beltrame não pagava nada ao laranja de Cabral, mas tinha os comprovantes e declarava no Imposto de Renda. Se Paulo Fernando for ouvido novamente, a situação de Beltrame pode se complicar. (C.N.) 
 


30 de abril de 2018
Chico Otavio / Daniel Biasetto 
O Globo

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