"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

POSTURA DE SEGOVIA SERÁ INVESTIGADA PELA PRÓPRIA PF, A PEDIDO DE BARROSO

Imagem relacionada
Segovia falou demais e jogou a carreira no lixo
Num país minimamente sério, o diretor-geral da Polícia Federal, delegado Fernando Segovia, já teria sido afastado das funções e estaria respondendo a inquérito. Por enquanto, embora a repercussão seja devastadora em pleno Carnaval, as consequências somente começam a ser sentidas na quarta-feira de cinzas, depois da audiência convocado pelo ministro Luís Roberto Barroso, que no sábado intimou o delegado a se explicar ao Supremo.
Na condição de relator do inquérito que apura denúncias de favorecimento a empresas do setor portuário em decreto baixado por Temer, Barroso ficou estarrecido com a desfaçatez de Segovia, que na semana passada deu entrevista à agência Reuters inocentando o presidente da República e aventando a possibilidade de punir o delegado federal Cleyber Malta Lopes, que conduz o inquérito sobre o decreto dos portos.
ARGUMENTO – Ao dar a entrevista, o diretor-geral da PF usou um argumento falacioso, ao afirmar que Temer deve ser inocentado porque não houve favorecimento à empresa Rodrimar, cuja direção na época se entendia diretamente com o assessor presidencial Rocha Loures, que depois ficou famoso como o “homem da mala”. Acontece, porém, que o inquérito não se refere apenas à Rodrimar, pois abrange a renovação de concessões portuárias, como um todo, circunstância que pode implicar Temer e muitos outros envolvidos.
Segovia é um verdadeiro trapalhão, que demonstra não ter noção de suas responsabilidades e limitações. Julgou que inocentaria Temer com uma simples entrevista, mas deu tudo errado.
A imprensa se movimentou o passou a exibir as entranhas do inquérito, que são altamente desfavoráveis a Temer, especialmente o lobby feito pelo assessor presidencial Rocha Loures. Há envolvimento também dois outros ex-assessores – o advogado José Yunes e o coronel João Baptista Lima.
QUEBRA DE SIGILOS – Ao contrário do que afirmou o delegado Segovia, o inquérito não está inocentando Temer. Pelo contrário, dois analistas da Polícia Federal pediram recentemente que se requeira a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do presidente da República, algo jamais visto aqui na Carnavália. E o fato concreto é que, ao tentar socorrer Temer, o diretor da PF extrapolou de sua competência e mergulhou num poço se fundo.
No mesmo despacho em que intimou Segovia a prestar esclarecimentos, o ministro Barroso pediu à Procuradoria-Geral da República que tomasse as “providências cabíveis” acerca da postura do diretor-geral da PF.
Isso significa que vai ser aberto um procedimento pela PGR e quem faz as apurações é a própria Polícia Federal . Ou seja, Segovia será investigado pelos próprios subalternos. Algo jamais visto na instituição, que hoje é um os órgãos públicos mais respeitados do país.

14 de fevereiro de 2018
Carlos Newton

Nenhum comentário:

Postar um comentário