"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

PACHECO, DA CCJ, DIZ QUE ADMISSIBILIDADE DA DENÚNCIA É DIFERENTE DE JULGAMENTO

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“Quem vai julgar é o plenário”, esclarece Pacheco
Numa entrevista à Globonews no início da noite de terça-feira, o deputado Rodrigo Pacheco, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a propósito da apreciação sobre a denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer, afirmou que admissibilidade é uma coisa; julgamento do conteúdo da representação é outra. Pouco antes de designar o deputado Sérgio Zveiter como relator da matéria, Rodrigo Pacheco colocou claramente a diferença.
Ao longo da entrevista o presidente da CCJ destacou sua independência em relação ao episódio que se projeta, acentuando que aprovar a aceitação de uma matéria não significa, em princípio, concordar com seu pretendido desfecho.
SEM PRESSÕES – Por seu turno, Sérgio Zveiter – reportagem de Catarina Alencastro, Letícia Fernandes e Cristiane Jungblut, O Globo desta quarta-feira – fez questão de destacar que não aceitará pressões no que se refere à elaboração de seu parecer.
As três repórteres assinalam paralelamente que a escolha de Zveiter desagradou o governo. Por que teria desagradado? Só pode ser porque o Palácio do Planalto insiste no esforço de barrar o exame da denúncia, preferindo assim sua rejeição liminarmente. O objetivo parece claramente inspirado numa incerteza e não no destemor de enfrentar um julgamento. Se o presidente da República considera-se inocente, não deveria temer (sem trocadilho) a tramitação e sobretudo o desfecho do processo.
APROVAÇÃO – Aparentemente, pelas afirmações de Rodrigo Pacheco e Sérgio Zveiter, é possível pensar-se na aprovação da admissibilidade pela Comissão de Constituição e Justiça. Inclusive de acordo com a reportagem de O Globo, 17 parlamentares da CCJ já se manifestaram no sentido da admissibilidade, cinco são contrários e 44 ainda sem opinião formada.
O episódio da Comissão de Constituição e Justiça, ainda que não definitivo, pois a decisão final cabe ao plenário, é politicamente muito importante pela repercussão que alcançará na imprensa.
É possível até que o relatório pela admissibilidade seja derrotado no âmbito da CCJ. Mas isso não bloqueia a repercussão pública de seu texto, sobretudo porque conterá as razões que o levaram ao ponto de vista mais crítico para o presidente da República.
REPERCUSSÃO – Assim, cada sessão do órgão será um fator de grande repercussão na sociedade, uma vez que as sessões da Comissão e do plenário serão transmitidas pela TV, o que certamente  dará margem a manchetes principais de O Globo, da Folha de São Paulo e de O Estado de São Paulo, jornais mais importantes do Brasil, podendo se incluir o Valor e o Correio Braziliense nesta lista.
A preocupação de Michel Temer, Eliseu Padilha e Moreira Franco acentua bem a sensibilidade e a dimensão do debate cujo desdobramento é difícil prever.
Mas fácil prever é a condenação de Rocha Loures. A prisão de Gedel Vieira Lima é um enigma.

06 de julho de 2017
Pedro do Coutto

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