"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

O BRASIL E SEUS PARADOXOS

O Brasil e os seus paradoxos! Pense num absurdo, acontece no Brasil. Com a inexplicável facilidade que dilapidaram o patrimônio público nacional, estão punindo os comparsas de forma exemplar! As prisões de Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, e de Eike Batista, o empresário mais rico do Brasil e sétimo do mundo, parece absolutamente paradoxal. Mais impressionante ainda foi que o próprio Eike, ao ser apanhado pela Polícia Federal, declarou que a sua prisão representava o nascimento de um novo Brasil. Demagogia ou não, tudo nos parece tão paradoxal!

Uma coisa é certa: nunca aprendemos tanto sobre o funcionamento do estado e da sociedade, das aptidões dos seus governantes e sobre a alma brasileira do que agora, acompanhando a política. Os espetáculos de corrupção sistêmica, de ostentação de riquezas pelos governantes criminosos e a banalização do mal colocaram o Brasil e os brasileiros na universidade e no divã. É uma Pós- Graduação em Ciências Políticas para os iniciados, um curso na universidade aberta, para quem já tem formação básica, um supletivo na modalidade aceleração para Educação de Jovens e Adultos, em canal aberto, articulando perfeitamente teoria e prática, educação e trabalho.

Nem precisaremos brigar contra a escola sem partido, contra a retirada das disciplinas Filosofia e Sociologia dos currículos escolares. É universidade aberta, na qual estudamos Direito Público e Civil, Ciências Políticas e Filosofia, com aprofundamento em questões de Moral e Ética. As matérias estão dadas. Tudo está exposto: o mal não tem partido.

Ainda assim, ficam no ar as questões para Freud explicar: por que esses governantes roubam tanto? Esses miliardários pensam em ser os donos do Brasil ou do Planeta Terra? O poder é para eles um vício, como são viciados em dinheiro, viciados em álcool, em drogas, em sexo? Por que eles não conseguem parar, eles só querem ganhar, nunca aceitam perder nada, nem percebem que têm dinheiro para várias vidas?

A queda de Sérgio Cabral e Eike é apenas mais um dado. Oxalá tudo isto não apenas marque o fim de uma época, caracterizada pela crise do petróleo, pela descoberta da corrupção sistêmica e pela quebradeira do Rio de Janeiro, da Petrobrás e do Estado Brasileiro, mas uma nova página da História do Brasil, menos paradoxal!


02 de fevereiro de 2017
Maria José Rocha Lima – Mestre e doutoranda em Educação, Presidente da Casa da Educação Anísio Teixeira

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