"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

O ÚLTIMO DIA DE AGOSTO, MÊS DO CACHORRO DOIDO


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Na posse, Temer quase foi sufocado pelos puxa-sacos
Felizmente, setembro chegou. Agosto fez das suas, terminando com o impeachment de Dilma Rousseff e a preservação de seus direitos políticos, ainda que não se saiba bem para quê. Mês do capeta, que saiu pelo ralo com o anúncio, pela equipe econômica, de que o salário mínimo, ano que vem, passará para 945 reais. Vá o agora presidente definitivo, Michel Temer, viver com essa merreca, mesmo dispondo de casa, comida e outras mordomias. Talvez por isso tenha decidido viajar para a China logo depois de empossado.
Algumas lições podem ser tiradas do dia da posse que não foi posse, pois ele já era presidente. A primeira, de que torna-se obrigatório vetar o uso de telefone celulares e sucedâneos nas solenidades de entronização de presidentes da República.
Espetáculos ridículos como o uso dessas maquininhas deveriam ser objeto de ampla proibição. Vetustos deputados, senadores e bicões amontoados no plenário do Senado e adjacências deram a impressão de um circo armado no Congresso. A cada instante alguém levantava o braço exigindo que as autoridades se imobilizassem sorrindo e olhando firme o horizonte, quando não abraçados com Temer e olhando um horizonte inexistente, entre seguranças com cara de bravo e a expectativa de incontáveis papagaios de pirata. Sendo também que ninguém andava, por impossibilidade física.
A ALMA DE CUNHA – Pairava sobre a multidão a alma danada do deputado Eduardo Cunha, várias vezes citado naquele plenário pela presidente escorraçada como a causa de todos os males. Ele não apareceu, mas se estivesse presente, seria objeto de linchamento explícito.
Entre selfies e abraços de urso, o novo presidente custou a escalar os degraus até o pódio onde prestou o juramento à Constituição, sob os acordes do Hino Nacional.
Teve de tudo na plateia, a começar pela negação do maior princípio da Física, de que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Podem sim, em se tratando de posses improvisadas.
Graças aos céus, durou pouco, mas para o futuro seria bom que solenidades assim recebessem um mínimo de organização. Afinal, ninguém sabe quando será a próxima…
NO ALVORADA – Em outro palco apresentava-se Dilma Rousseff, para as despedidas. Sua retaguarda também foi disputada, a começar pelas “meninas” que durante todo o julgamento comportaram-se como se as bancadas do Senado fossem um galinheiro. Onde não faltou o “galinho maluco” para agredir adversários e a paciência do vetusto juiz que dirigia os trabalhos.
Madame prometeu oposição desvairada e jurou que a história não  acabaria assim. Faltou-lhe coragem para personalizar o retorno, preferindo o plural ao exclamar “nós voltaremos”. Nós quem, cara pálida?  Para onde e de onde? Posto em frangalhos, o PT ainda não revelou seu plano de batalha, mas jamais será liderado por ela.
A improvisação nas duas cerimônias do último dia de agosto dá o tom do que nos espera. Ou setembro  será diferente?

02 de setembro de 2016
Carlos Chagas

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