"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

SUICÍDIO POLÍTICO


Há pouco tempo atrás assistimos um espetáculo trágico quando um co piloto da Germanwings aproveitando a folga do piloto que se deslocou até o toilette fechou a porta de acesso a cabine e de propósito derrubou a aeronave matando mais de 150 pessoas. O que assistimos
​no Brasil não é diferente. O partido que assumiu o poder tinha de tudo para levar o País a potência mundial e figurar entre as maiores economias do planeta com estabilidade da moeda , redução da inflação e controle dos gastos públicos.

A diferença é que no comportamento que se viu eles não praticaram o suicídio, e assim não fariam, mas a morte de sonhos, esperanças, do futuro de gerações, com atingimento de duplo produto interno bruto e acima de tudo culpam sempre aos outros, desde a crise estrangeira, a maledicência da globalização, parlamentares que não ajudaram na aprovação de medidas no parlamento e nunca jamais usariam as sandálias franciscanas para reconhecimento da própria culpa.

De um voo de brigadeiro há anos desde a introdução do plano real e quando nossa moeda, lembram-se todos, valia mais do que a norte americana, passamos por contratempos e atingimos níveis de horrores econômico e político lamentáveis. Comete-se o suicídio quando se fecha o olhar para o exterior, quando não se importa com o Brasil e se joga no lixo a esperança de milhões de brasileiros, com uma violência e mortes acima de países em guerra.

Nesse contexto involuimos para uma economia terrível e que somente dez anos para a frente serão necessários para que a aeronave estabilize-se e não sofra graves e inconsequentes turbulências. Há uma manifesta falta de governabilidade e tanto assim que se propuseram a antecipar por meio de plebiscito as eleições,mas sem que o Brasil tenha um sossego nas finanças,na política de crise na situação dos funcionários, na reforma da previdência, e principalmente no seu futuro,as eleições nada representam,com ou sem legitimidade popular aquele que assume deve também evitar o suicídio politico. E como fazer essa lição relevante,compondo uma equipe competente e de pessoas dotadas de meritocracia, sem o meio de campo com políticos que não possuam ficha limpa e traçando um futuro exuberante de crescimento e preservação dos serviços públicos,da eficiência equalização das despesas.

É triste assistirmos parques de preservação mundial sem recursos financeiros, hospitais fechando e estabelecimentos de ensino sucateados, por uma politica econômica sem limites de gastos, na qual o social preenchia qualquer dúvida e dava as regras do jogo. No entanto, as escolas continuam com um ensino desqualificado, os atendimentos públicos
​deixam filas e mais filas, e com tudo o que notamos a cidadania corre sério risco da falência do poder público. Os investimentos desapareceram forte e suficientemente a fim de não termos confiança e credibilidade no exterior, precisamos virar o jogo e será olímpico para talvez, não ganharmos medalhas, mas também não recuarmos no índice de desenvolvimento econômico e na visão que os estrangeiros ainda sentem e ressentem do Brasil.

A nobre classe politica desgastada,arranhada e que enxovalha o Brasil nos debates no cenário do parlamento agora com a cara mais deslavada se apresenta para eleições municipais como se fosse tudo transformado e mudado da agua para o vinho,nada mais ilusório e pura mentira. A programação do novo governo terá que fazer um engenhoso trabalho e
​de recuperação lenta e gradual da economia,dos índices e sem se despreocupar com o social, programas adotados com entrega de casas com defeitos,sem equipamentos com rachaduras e fissuras,nada disso interessa à sociedade civil, mas sim precisamos virar o aspecto de dar o peixe para ensinar a boa pescaria e graúda.A história saberá contar em detalhes que os responsáveis pelo suicídio político causam defaut na economia e não podemos viver de sobressaltos de processos delongados de impeachment, e total falta de governabilidade.

Farsa, golpe, traição, ausencia de dolo, todas as expressões foram usadas e repetidas, mas não mudam a realidade do País de hoje. Não querem enxergar e sonegam à população o que fizeram e mudaram o horizonte de crescimento e desenvolvimento para uma subnação, na qual os esteriotipos predominam e as facções criminosas dominam o que é mais danoso,a cada dia uma tragédia de desvio de dinheiro,de surrupio e de corrupção. O Estado Brasileiro deve ser reduzido ao máximo, e revisto o modelo federativo com repercussão na receita e na sua distribuição.

Permaneceremos indignos dos conceitos desenvolvimento se nos acostumarmos as esmolas do estado malfeitor e de construtor de esqueletos em obras públicas as quais não terminam e simplesmente sofrem aditamentos milionários sem fiscalização e quando nos deparamos jorraram o dinheiro do contribuinte. No momento,o Estado só fala em aumento de impostos e controle das despesas,mas antes de mais nada precisa traçar diretrizes e acabar com a desmesurada máquina pública e reorientar a sua política para cortar na carne o que é supérfluo e não ousar mais destruir as pilastras da Nação.

A cidadania não se sentirá recompensada enquanto não reconstruir os sonhos que lhe foram retirados mediante promessas e maciças propagandas ilusórias, de engano,do estelionato político que tanta ruina provocou no Brasil contemporâneo.



30 de agosto de 2016
Carlos Henrique Abrão, Doutor em Direito pela USP, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo.

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