"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

SE CONCORDAR COM A SENTENÇA FATIADA, DILMA ADMITIRÁ QUE NÃO HOUVE GOLPE


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Renan exibe a Constituição e pede para rasgarem-na
Jogaram a isca e o PT mordeu. O destaque sobre a inabilitação de Dilma Rousseff para exercer cargos públicos, a meu ver, foi feito à revelia de Dilma. Essa “jogada” deve ter partido de Temer e dos caciques do PMDB, e Katia Abreu foi apenas o veículo dessa manobra, que tem por desiderato beneficiar Eduardo Cunha, Romero Jucá, o próprio Renan e tantos outros mais.
Mais inteligente seria uma lei pedindo a “anistia política” de Dilma. E seria a segunda iniciativa, a primeira seria questionar a legalidade do “impeachment”. Não creio mesmo que Dilma tenha concordado com essa iniciativa sobre a inabilitação, porque isso significaria que ela estaria reconhecendo que não ocorreu um golpe parlamentar.
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COLUNA RADAR, DA VEJA, DENUNCIOU A MANOBRA
Adriano Magalhães
A coluna Radar, da revista Veja, já tinha adiantado que o senador Renan Calheiros estava aprontando. Revelou que a maioria dos senadores do PMDB estava desesperada com a articulação de Renan junto ao PT para manter Dilma Rousseff politicamente habilitada.
Já se previa que, numa votação em separado, ela não será inabilitada. E, não estando inabilitada, ela poderia apresentar recursos ao STF com pelo menos alguma possibilidade de êxito.
Alguns senadores do partido então iniciaram uma ofensiva para tentar impedir que o ‘presente’ de Renan para Dilma se concretizasse, mas foram derrotados em plenário.

31 de agosto de 2016
Antonio Santos Aquino

DECISÃO DO SENADO PERMITE QUE DILMA PARTICIPE DA CAMPANHA DE 2016


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Randolfe, da Rede, defendeu a proposta do PT
Analisando-se objetiva e concretamente a decisão do Senado, que decretou o impeachment de Dilma Rousseff, mas com base em surpreendente destaque da bancada do PT não suspendeu seus direitos políticos, verifica-se que poderá ela participar da campanha eleitoral deste ano, apoiando os candidatos a prefeito e vereador que desejar. Foi, claro, uma solução articulada que incluiu setores diversos do quadro partidário. Um aviso dirigido ao presidente Michel Temer.
FIM E INÍCIO – Tivemos na tarde de 31, ao mesmo tempo, um encontro entre o crepúsculo e a alvorada. O fim do período Dilma Rousseff, o início do governo Michel Temer. Com esta página escreveu-se mais um capítulo da história moderna do Brasil.
Mas voltando à questão dos direitos políticos preservados da ex-presidente, poderá ela fazer-se presente, ao lado de seus candidatos municipais, nos horários de televisão e rádio, o que lhe vai permitir expor suas idéias, falar direta e indiretamente aos 140 milhões de eleitores e eleitoras do país. Se sua atuação vai contribuir para ganho ou perda de votos, este é um enfoque que terá resposta pelo que as urnas revelarem. O seu acesso está assegurado.
INELEGÍVEL? – A sua legibilidade, agora, não. Porque ocupava a presidência da República nos seis meses anteriores ao pleito. Assim não pode ser candidata a prefeita, nem a vereadora. Porém em 2018 a questão é outra. Não sendo condenada pela Operação Lava-Jato, Dilma Rousseff poderá disputar uma cadeira na Câmara Federal ou no Senado. A presidência da República não. Nesta hipótese porque já foi reeleita em 2014 e os que ocupam cargos executivos não podem ser reeleitos mais de uma vez.
Logo após a votação, críticos da singular solução, para a qual contribuíram representantes do PMDB, argumentaram estar aberto um precedente capaz de beneficiar Eduardo Cunha. Não é fato. Eduardo Cunha não é acusado de não respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, é acusado de corrupção, portanto de crime comum. Inclusive ele já se encontra impedido – isso sim – de exercer o mandato por decisão unânime do Supremo. Ele responde a processo criminal em curso no STF, além da cassação de seu mandato pela Câmara.
Aliás, seu caso é curioso. A maioria aceitou o projeto do Conselho de Ética, num esforço de superar uma contradição: pois, na verdade, trata-se de cassar um mandato que, na prática, Eduardo Cunha já perdeu, suspenso que está de exercê-lo, pela decisão da Corte Suprema, por tempo indeterminado.
PRECEDENTE – O caso de Dilma Rousseff, em minha opinião, ficará como uma página levando à precedência, mas nos casos de impedimento presidencial.
Nos demais casos, não. Além do mais, no capítulo chamado Cunha, o que se encontra em jogo é sua condenação criminal. Como, em tal caso, pedir destaque para que um preso continue a exercer direitos políticos que automaticamente perdeu.
Direitos políticos? Dilma Rousseff poderá vir a perdê-los na hipótese de vir a sofrer condenação no processo levantado contra ela pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Esta é outra possibilidade. Pode acontecer ou não.
O fato essencial é que o impedimento de Dilma nada tem a ver com a situação de Cunha.

31 de agosto de 2016
Pedro do Coutto

PARA AGRADAR A DILMA, 336 SENADORES DECIDEM DESRESPEITAR A CONSTITUIÇÃO


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Lewandowski assistiu ao golpe contra a Constituição
Uma sessão chatíssima, que deveria ser rápida e objetiva, mas se prolongou indevidamente devido a um destaque apresentado pela bancada do PT, para que Dilma não fosse condenada à inabilitação do exercício de função pública, em flagrante desrespeito à Constituição Federal. Devido a esse requerimento petista, houve debates que não estava previstos e a sessão foi se estendendo, com intermináveis perorações do presidente Ricardo Lewandowski. Até que, esgotados os pronunciamentos de acusação e defesa, que repetiam as mesmas argumentações assacadas há meses, enfim foi colocado em votação o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Não houve a menor novidade, com 61 votos favoráveis à cassação do mandato da petista e apenas 20 votos contrários, exatamente o resultado que havia sido previsto pela cúpula do governo de Michel Temer. Com isso, está encerrada a era do PT  e a política brasileira começa a viver uma nova realidade etc. e tal.
CONSTITUIÇÃO EM RISCO – Mas a grande novidade veio logo a seguir, quando o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) pediu a palavra inoportunamente e o presidente Lewandowski inadvertidamente a concedeu.
O parlamentar fez então um breve e inflamado pronunciamento, exibindo um exemplar da Constituição, para alegar que a democracia é mutante e defender justamente que os senadores aceitassem o destaque do PT e desrespeitassem o artigo que previa a inabilitação de Dilma Vana Rousseff para o exercício de função pública por oito anos, como acontecera com o então presidente Fernando Collor em 1992.
GOLPE PARLAMENTAR – Com isso, enfim houve um golpe no impeachment de Dilma, exatamente um “golpe parlamentar” como ela tanto denunciou. Só que não foi ela a atingida. O Senado preferiu golpear diretamente a Constituição, pelo voto de apenas 36 parlamentares, que sequer significam a maioria absoluta do plenário.
É por essas e outras que os jornalistas estrangeiros não conseguem entender a política brasileira, sempre escrevem muitas bobagens a nosso respeito. Realmente fica difícil acreditar que apenas 36 senadores, de uma hora para a outra, consigam alterar a Constituição de um país importante como o Brasil – quinto maior em extensão territorial e população, oitava economia mundial. Mas foi o exatamente o que aconteceu e ficará registrado nos documentários sobre o impeachment.
E agora todos podemos imitar Francelino Pereira e Renato Russo, para indagar: “Que país é esse?”
31 de agosto de 2016
Carlos Newton

BARRAR A INABILITAÇÃO DE DILMA É INCONSTITUCIONAL E PRIVILEGIA ENVOLVIDOS NA LAVA JATO, INCLUSIVE PETISTA

(Mark Lennihan – AP)

Quando defendeu a não inabilitação da ex-presidente Dilma Rousseff na esteira da aprovação do impeachment, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) falou em nome próprio e no de muitos colegas de Parlamento que afundam na Operação Lava-Jato. E o primeiro a ser beneficiado por essa decisão, que poderá ser revertida, é o ainda deputado federal Eduardo Cunha, que está prestes a ser cassado.

A decisão do plenário do Senado fere frontalmente a Constituição Federal, que em seu artigo 52 é clara ao definir que o impeachment e a inabilitação são indissociáveis.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;

II – processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (…)

Parágrafo único – Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Em outras palavras, o que se viu no Senado foi o atropelamento da Carta Magna, com a estranha anuência do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, a quem coube, de acordo com o que determina a lei, comandar o julgamento do impeachment.

É importante destacar que a decisão tomada pelos senadores nesta quarta-feira (31) – 42 votos a favor, 36 contra e três abstenções – acabou por modificar a Constituição, o que, de acordo com a lei, só pode ocorrer mediante a votação, em dois turnos, de proposta de emenda constitucional, a qual será considerada aprovada se obtiver três quintos dos votos dos senadores e dos deputados federais.

A medida será alvo de recursos junto ao STF, que não terá como fechar os olhos para o que determina a Constituição, de forma inequívoca, especialmente porque a Corte é a guardiã da Carta Magna. Isso significa que a manutenção da decisão do Senado não apenas abre um precedente perigosíssimo, mas permite que muitos políticos investigados por corrupção, cujos mandatos forem cassados, consigam procrastinar uma decisão com trânsito em julgado, Isso porque poderão ocupar cargos públicos que possibilitam o chamado foro privilegiado.

No caso de Dilma Rousseff, a ex-presidente também é uma das beneficiadas, já que sem o foro especial por prerrogativa de função passará a ser julgada, no âmbito da Operação Lava-Jato, pelo juiz Sérgio Moro. Contudo, um cargo de secretária de Estado, por exemplo, lhe garantirá o direito de ser julgada por instância superior da Justiça. Em relação a concorrer a cargos eletivos, Dilma é inelegível com base na Lei da Ficha Limpa.

31 de agosto de 2016
ucho.info

DILMA E A MARCA DO PT

Dilma e a MARCA DO PT...


31 de agosto de 2016
postado por m.americo

MALTA DESMONTA A FARSA LULALÁ

PILANTRAGEM. LINDBERGH, FÁTIMA, E GLEISI

RONALDO CAIADO: DISCURSO ARREBATADOR!

Ronaldo Caiado Discurso ARREBATADOR "CANALHAS SÃO AQUELES " Impeachment Dilma Rousseff - 31/08/2016

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31 de agosto de 2016
postado por m.americo

MAGNO MALTA REVOLTADO COM A VERGONHA DO ACORDÃO NO IMPEACHMENT ENTRE PMDB E PT PARA SALVAR DILMA

Magno Malta REVOLTADO com a VERGONHA do ACORDÃO no Impeachment entre PMDB e PT para salvar Dilma

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31 de agosto de 2016
postado por m.americo

VERGONHA! ACORDÃO FAZ PT SALVAR CUNHA E PMDB SALVAR DILMA

COMPLETO - PRIMEIRO PRONUNCIAMENTO DE DILMA ROUSSEFF APÓS O IMPEACHMENT

COMPLETO Dilma Rousseff primeiro pronunciamento após a aprovação do impeachment 31/08/2016

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31 de agosto de 2016
postado por m.americo

MAIS DA METADE DOS SENADORES DO PMDB QUISERAM LIVRAR DILMA

FATIAR DECISÃO COM BASE NO REGIMENTO DA CÂMARA PODE LIVRAR CUNHA

FATIAR DECISÃO COM BASE NO REGIMENTO DA CÂMARA PODE LIVRAR CUNHA


Dez dos 17 senadores do PMDB que votaram a favor do afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência da República mudaram de lado e decidiram apoiar a alteração da Constituição Federal (CF) de 1988 para manter os direitos políticos da petistas, incluindo a possibilidade de ocupar cargos públicos. A súbita compaixão foi capitaneada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), segundo relato da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO).

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do processo de impeachment, Ricardo Lewandowski, disse não poder interpretar o parágrafo único do Art. 52 da CF por força da posição que ocupa no processo, mas que o faria se houvesse provocação do STF. Para decidir acatar a votação em separado da condenação e da pena, Lewandowski lembrou que o regimento do Senado não definia quais as proposições poderiam ter partes do texto destacadas para votação em separado, mas o da Câmara sim.

Com a utilização do regimento da Câmara para basear a decisão de Lewandowski, o senador Omar Aziz (PSD-AM) levantou um ponto no mínimo intrigante ao perguntar se a interpretação poderá ser adotada pela Câmara no caso do processo de cassação do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Não estou defendendo o Cunha, mas o que vale para um deve valer para o outro", disse Aziz.

Outro que se disse surpreso pela decisão do Senado foi o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele se mostrou "preocupado" com as inúmeras citações ao regimento da Câmara para lastrear a decisão. Segundo ele, a decisão pode ajudar Eduardo Cunha e outros deputados que vierem a enfrentar processos desse tipo. "Se formos usar a mesma decisão do presidente Lewandowski, muda o processo de cassação de qualquer um, do Eduardo ou de qualquer um que venha depois", completou.

Além de Renan, votaram contra a inabilitação de Dilma os senadores peemedebistas Eduardo Braga (AM), Jader Barbalho (PA), Raimundo Lira (PB), Rose de Freitas (ES), Edison Lobão (MA), João Albertou Souza (MA) e Hélio José (DF). Outros dois, Eunício Oliveira (CE) e Valdir Raupp (RR), optaram por se abster, o que, na prática, produz o mesmo efeito.


31 de agosto de 2016
André Brito
diário do poder

O RETRATO DO PT E DE SEUS MILITANTES E PRÓCERES. NUNCA ESQUECER DO QUE SÃO CAPAZES, OU PROMETEM SER CAPAZES.

LUTEM ATÉ A MORTE MAS NÃO ACEITEM A CUBANIZAÇÃO do Brasil de Dilma-Lula-PT. 

30.526 visualizações 9 meses atrás
DILMA É UMA CRIA DE DENTRO DA CASA DE FIDEL - LUTEM - lutem- lutem ATÉ A MORTE MAS NÃO ACEITEM A CUBANIZAÇÃO do Brasil imposta por Dilma-Lula-PT. GUERREIROS E GUERREIRAS A LUTA COMEÇA DIA 15.11.2015 EM BRASILIA E TODO BRASIL.
ELES LHE FIZERAM DE TROUXA COM ESSAS URNAS FALSAS DE FIDEL E FORO DE SÃO PAULO - E ESTÃO LEVANDO O BRASIL A PERDA TOTAL ATÉ O MOMENTO QUE OS BRASILEIROS SE PERMITIREM 

31 de agosto de 2016
postado por m.americo

FICÇÃO E PIEGUICE

Num discurso de 50 minutos feito ontem perante o Senado Federal, com o qual pretendeu se defender das acusações pelas quais será julgada nas próximas horas pelos senadores, a presidente afastada Dilma Rousseff produziu uma peça de ficção entremeada por lances de pieguice explícita. Foi um fecho melancólico do itinerário político de uma chefe de governo que, simplesmente, fez tudo errado e levou o País para o buraco. Tudo consequência do autoritarismo e da soberba de um projeto de poder irresponsavelmente populista, agravado pela incompetência gerencial e pela inapetência para o jogo político reveladas pela criatura imposta por Lula para revezar com ele a cadeira presidencial.

O argumento central da defesa de Dilma, repetido à saciedade ao longo de todo o processo do impeachment que chega agora a seu desfecho, é que, alimentados pelo ódio e pela intolerância, seus adversários, ao verem “contrariados e feridos nas urnas os interesses da elite econômica e política”, assacam contra ela acusações infundadas. E protestou: “As provas produzidas deixam claro e inconteste que as acusações contra mim dirigidas são meros pretextos, embasados por uma frágil retórica jurídica”. Dilma tem todo o direito de pensar o que quiser sobre o julgamento no qual é ré, mas não é a ela, e sim aos juízes, constitucionalmente investidos de autoridade jurídica e política para tanto, que caberá decidir se ela é ou não culpada. Essa é uma responsabilidade atribuída ao Congresso Nacional. E até agora, seja no âmbito da competência dos deputados, seja na dos senadores, Dilma perdeu sempre.

A presidente afastada sabe que perderá até o amargo fim e, portanto, nada mais lhe resta senão apelar para o ilusionismo retórico e as lágrimas de crocodilo em desesperada tentativa de reverter os votos de senadores que imagina que ainda possam ser persuadidos a absolvê-la e de convencer a opinião pública de que merece um lugar de destaque e honra na história que se escreverá. Foi certamente com essa intenção que Dilma reiterou com insistência, ao longo de sua fala, dois pontos: as “marcas da tortura” de que foi vítima quando pegou em armas para combater a ditadura militar e o fato de que “não há crime” nos crimes que lhe são imputados pela acusação.

Dilma classificou sua reeleição como “rude golpe a setores da elite conservadora brasileira”. Na verdade, foi um tremendo golpe para todos os brasileiros. É que, durante a campanha presidencial, ela fez tudo para dissimular a grave situação das contas públicas e a forte retração da atividade econômica, atribuindo aos adversários a intenção de praticar todas as “maldades” que ela própria, tão logo reeleita, tentou em vão implantar para aliviar a crise.

Dos argumentos de que a presidente afastada lançou mão em sua arenga, o mais ridículo é o de que, primeiro “é uma desproporção” mover um processo de impeachment por crimes como os que constam da acusação – ou seja, de pequena monta. Dilma protestou contra a tentativa de “criminalizar” o Plano Safra, quando em momento algum a acusação emitiu juízo de valor sobre aquele plano de subsídio à agricultura, limitando-se a denunciar que a forma de efetivação do financiamento violou a lei, pois o governo – controlador de bancos públicos – fez operações de crédito com essas instituições, numa prática vedada pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Dilma ainda teve de fazer malabarismos para não entrar em choque com o PT, que acaba de rejeitar sua ideia de, caso seja reconduzida à Presidência, convocar um plebiscito para decidir sobre a antecipação das eleições presidenciais: “Chego à última etapa desse processo comprometida com a realização de uma demanda da maioria dos brasileiros: convocá-los a decidir, nas urnas, sobre o futuro de nosso país. Diálogo, participação e voto direto e livre são as melhores armas que temos para a preservação da democracia”.

Como era inevitável, Dilma protestou também contra o fato de estar sendo julgada pelo “conjunto da obra”. De fato, a profunda crise em que ela afundou o País agrava sua situação. Mas o julgamento em curso é, por definição, também político. E dessa perspectiva é impossível ignorar o “conjunto da obra”.



31 de agosto de 2016
Editorial Estadão

DILMA NÃO RESPONDE A ACUSAÇÕES E REPETE ARGUMENTOS

Presidente afastada perde oportunidade de se defender de maneira efetiva, e se limita a fazer o discurso destinado à luta política do lulopetismo de volta à oposição

O comparecimento da presidente afastada Dilma Rousseff ao Senado poderia reservar alguma surpresa. Chegou-se a prever que o discurso de Dilma entraria para a História. Mas a decisão, até corajosa, da ré, de ir ao Congresso se defender foi frustrante. Viu-se apenas a enfadonha repetição de velhos argumentos.

O pronunciamento da presidente afastada repetiu a ideia, sem pé nem cabeça, de que é vítima de um “golpe parlamentar”, desfechado por uma conspiração fantasiosa das elites, sob o “silêncio cúmplice da mídia”. Ora, agride-se o mensageiro pelo teor da mensagem, o que vem acontecendo, por parte de lulopetistas, desde o mensalão, noticiado com destaque, como teria de ser, pelo jornalismo profissional.

Estranho foi o fato de a denúncia do “golpe” ser feita no Congresso, em pleno funcionamento, e na presença do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, responsável por conduzir o julgamento propriamente dito. STF este ao qual a defesa da presidente recorreu algumas vezes, o que jamais seria possível num verdadeiro golpe. Aliás, sequer haveria STF num golpe para valer, não de fantasia. Na verdade, tudo transcorre dentro do estado democrático de direito, garantida toda a liberdade de defesa, substituindo-se, pelo Congresso, uma presidente que cometeu crimes de responsabilidade pelo seu vice, eleito em chapa única pelos mesmos 54 milhões de votos. Simples assim.

Esta versão delirante do processo de impeachment visa a encobrir o desrespeito, comprovado de forma sólida pela acusação, à Constituição e à Lei de Responsabilidade, pela presidente Dilma, em 2015, ao continuar com as “pedaladas”, e na emissão de decretos de liberação de despesas, sem a aprovação do Congresso.

O período abordado pelo processo é apenas o primeiro ano do segundo governo de Dilma, porque assim foi decidido pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao aceitar o pedido de impedimento, em dezembro desse ano.

Mas a manobra de fazer com que instituições financeiras oficiais (Banco do Brasil, Caixa , BNDES) e até o FGTS arcassem com despesas do Tesouro, em operações disfarçadas, ilegais, de financiamento à União, havia começado a ser feita em maior escala desde o final do segundo governo Lula.

O truque é atrasar repasses do Tesouro a essas instituições, feitos para ressarci-las pela equalização de taxas de juros, por exemplo, em financiamentos agrícolas, industriais etc. Também houve atrasos no Bolsa Família.

Se essas operações, as “pedaladas”, serviram para mascarar rombos no Tesouro, a emissão de decretos de gastos sem o aval do Congresso — um ato monárquico — se baseou na filosofia da política do “novo marco macroeconômico”, a favor de mais gastos, a qualquer custo, na vã tentativa de resgatar a economia da recessão. Não deu certo, como se viu.

Na conhecida visão de Dilma, a crise surgiu da conjuntura internacional. Na sua versão dos fatos não existiu o estelionato eleitoral praticado por ela e aliados na campanha de 2014, jogando para debaixo do tapete a gravidade da situação fiscal e mantendo a inflação artificialmente baixa, por meio do condenável represamento de tarifas.

A presidente afastada desafiou a prudência ao misturar momentos históricos muito diversos, comparando-se a Getúlio Vargas, a Juscelino Kubitschek e a João Goulart. Mas vale tudo para insistir na farsa do “golpe”. Também é insensata a tentativa da presidente afastada de colocar no mesmo plano o julgamento pelo qual passou na Justiça Militar, na ditadura, com o atual, em tramitação dentro de todas as norma legais.

Dilma repetiu que Eduardo Cunha, ex-aliado do PT, foi peça-chave no impeachment, ao se vingar dela supostamente por ter se recusado a levar o PT a ajudá-lo no Conselho de Ética. Mas o impeachment só chegou a este ponto porque até agora a grande maioria de deputados e senadores tem concordado com as acusações. Sozinho, Cunha nada conseguiria.

A presidente afastada perdeu grande oportunidade de fazer uma defesa efetiva. Só repetiu o discurso da sua bancada, mais voltado para um futuro sem ela no Planalto.



31 de agosto de 2016
Editorial O Globo

DILMA SOBRE TEMER: "É UMA PESSOA SÉRIA QUE SABERÁ ME SUBSTITUIR À ALTURA."

Dilma sobre Temer: “É uma pessoa séria que saberá me substituir à altura”


Dilma Rousseff diz que Michel Temer não tem votos e era um vice postiço. Exatamente o contrário do discurso usado para ganhar eleições.


O discurso da ex-presidente Dilma Rousseff, condenada pelos crimes de responsabilidade pelos representantes do povo no Senado, é o de que Michel Temer queria o impeachment como um projeto pessoal de poder, e portanto seria um presidente “postiço”.

Não era exatamente o que Dilma Rousseff dizia para angariar votos de uma população que, posteriormente, se desencantaria com ela, e pediria em peso seu impeachment.

Basta ver como Dilma falava de Michel Temer em seus comícios. Um deles é significativo: a ex-presidente, julgada culpada por seus crimes, afirma que seu vice não é um vice qualquer, não é apenas um boneco de ventríloquo, como ela própria era enxergada em relação a Lula. Seu vice era experiente, sério e, sobretudo, em suas palavras, alguém “que saberá honrar e me substituir à altura”.

Dilma, portanto, não pode alegar ignorância da função do vice-presidente – não que isto faça diferença – e ainda afirmou a seu eleitorado que não era um vice postiço, mas alguém cuja função era substituí-la.

Veja vídeo:

Dilma Rousseff elogiando Michel Temer - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=PvFyrDuMGoM
12 de mai de 2016 - Vídeo enviado por rafaguess
Eu tenho um vice que é uma pessoa experiente, séria, que tem uma tradição política, que eu tenho certeza ..

São mais ou menos as suas palavras:

Eu tenho um vice, um companheiro de chapa. Que é uma pessoa experiente, séria, que tem uma tradição política, que eu tenho certeza que saberá honrar e me substituir à altura, como muitas vezes o nosso presidente fez, nós tivemos de viajar para fora do Brasil. O meu vice não caiu do céu. O meu vice não é um vice improvisado! É! Uma pessoa competente, um homem capaz!

Portanto, complica-se para Dilma Rousseff, a ex-presidente julgada culpada, o discurso de que seu vice não teve os votos que ela teve (quando até sua foto aparecia na urna)
Note-se, ademais, que caso Michel Temer fosse seu concorrente, e não seu companheiro de chapa, Dilma poderia não ter sido eleita, já que, no segundo turno, passou raspando, com menos de 2% de vantagem (basicamente os votos de Pernambuco, terra de Eduardo Campos).

Sobretudo: Dilma só poderia afirmar que os votos que obteve foram apenas para si, e nãoideologicamente para seu vice (pois juridicamente, tal afirmação não faz o menor sentido) se admitisse formalmente que mentiu para seu eleitorado durante a campanha.

Em tempo: de acordo com a revista Época, Michel Temer tem praticamente o dobro da preferência dos brasileiros para gerir o país do que a ex-presidente condenada por crimes de responsabilidade, Dilma Rousseff.

31 de agosto de 2016
flávio morgenstern
in senso incomum