O assessor presidencial especializado em Venezuela e outros assuntos bolivarianos, Marco Aurélio Garcia, prestaria um extraordinário serviço ao País caso se mantivesse calado
Foi absolutamente desnecessária e inconveniente sua declaração à Agência Brasil, de que “Israel deu um ‘passo em falso’ ao indicar o diplomata Dani Dayan para o cargo de embaixador do Brasil”.
Escrevi, há dias, artigo apoiando o comportamento do governo brasileiro no trato da questão de Dayan, no qual não poupei críticas ao impróprio e truculento comportamento do primeiro-ministro de Israel, Bibi Netanyahu.
Disse, também, que o Brasil não deveria mudar de posição, pois na questão em tela estava em jogo o exercício de um direito soberano. Conclui, observando que quem sairia perdendo com o descontrole verborrágico não seria o Brasil, mas o próprio Netanyahu, ao ver diminuir sua capacidade de influência internacional.
Se a presidente Dilma desejasse de fato mandar um recado ao Netanyahu, devia fazê-lo diretamente ou por um nota , mesmo que fosse para retrucar grosseria com grosseria. Mas mandar um assessor de terceiro escalão fazer comentários foi absolutamente impróprio.
O fato é que declaração do assessor foi muito mal recebida no Itamaraty, que sequer foi consultado sobre o assunto. Infelizmente, nossos diplomatas não têm como repreender ou enquadrar Garcia, pois goza este de uma espécie de imunidade, que lhe dá o fato de ser amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Não deveria o assessor presidencial imiscuir-se em assuntos como este. O problema é que ele vem sendo percebido como o cara das apostas erradas, pois as principais que fez mostraram-se todas furadas. Parece, então, estar fuçando em área alheia para ver se encontra o que fazer.
Garcia era amigo de Gadhafi, mas este líder autoritário foi derrubado pelos líbios. Botou todas as suas fichas na perpetuação do desastroso regime de Cristina Kirchner, na Argentina, mas ela foi derrotada, permitindo que o país vizinho volte à trilha da prosperidade. Sobre a Bolívia, tem evitado comentários, não se sabe bem por qual razão. Resta-lhe sua grande aposta: o regime chavista da Venezuela, país que consegue estar ainda pior do que o Brasil.
O assessor presidencial nunca foi bom de tratar diretamente das coisas. Na juventude, trabalhou em Porto Alegre no Teatro Infantil de Marionetes, onde manipulava bonequinhos, mantendo-se atrás das cortinas. Nisso ele é bom!
21 de janeiro de 2016
Pedro Luiz Rodrigues, é diplomata aposentado e jornalista.
Foi absolutamente desnecessária e inconveniente sua declaração à Agência Brasil, de que “Israel deu um ‘passo em falso’ ao indicar o diplomata Dani Dayan para o cargo de embaixador do Brasil”.
Escrevi, há dias, artigo apoiando o comportamento do governo brasileiro no trato da questão de Dayan, no qual não poupei críticas ao impróprio e truculento comportamento do primeiro-ministro de Israel, Bibi Netanyahu.
Disse, também, que o Brasil não deveria mudar de posição, pois na questão em tela estava em jogo o exercício de um direito soberano. Conclui, observando que quem sairia perdendo com o descontrole verborrágico não seria o Brasil, mas o próprio Netanyahu, ao ver diminuir sua capacidade de influência internacional.
Se a presidente Dilma desejasse de fato mandar um recado ao Netanyahu, devia fazê-lo diretamente ou por um nota , mesmo que fosse para retrucar grosseria com grosseria. Mas mandar um assessor de terceiro escalão fazer comentários foi absolutamente impróprio.
O fato é que declaração do assessor foi muito mal recebida no Itamaraty, que sequer foi consultado sobre o assunto. Infelizmente, nossos diplomatas não têm como repreender ou enquadrar Garcia, pois goza este de uma espécie de imunidade, que lhe dá o fato de ser amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Não deveria o assessor presidencial imiscuir-se em assuntos como este. O problema é que ele vem sendo percebido como o cara das apostas erradas, pois as principais que fez mostraram-se todas furadas. Parece, então, estar fuçando em área alheia para ver se encontra o que fazer.
Garcia era amigo de Gadhafi, mas este líder autoritário foi derrubado pelos líbios. Botou todas as suas fichas na perpetuação do desastroso regime de Cristina Kirchner, na Argentina, mas ela foi derrotada, permitindo que o país vizinho volte à trilha da prosperidade. Sobre a Bolívia, tem evitado comentários, não se sabe bem por qual razão. Resta-lhe sua grande aposta: o regime chavista da Venezuela, país que consegue estar ainda pior do que o Brasil.
O assessor presidencial nunca foi bom de tratar diretamente das coisas. Na juventude, trabalhou em Porto Alegre no Teatro Infantil de Marionetes, onde manipulava bonequinhos, mantendo-se atrás das cortinas. Nisso ele é bom!
21 de janeiro de 2016
Pedro Luiz Rodrigues, é diplomata aposentado e jornalista.
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