"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 4 de julho de 2015

A CRISE DA GRÉCIA




A saída da Grécia do Euro resultará em uma crise econômica sem precedentes na península. A volta ao Dracma vai gerar uma situação tão desesperadora que o próprio FMI ou qualquer outro organismo internacional vai ter que voltar a financiar o país, entrando em acordo ou não com o fundo. Por outro lado, para o Euro, restará uma enorme crise de confiança no sistema, fato que minará sua consolidação como moeda internacional.

É um jogo de "perde perde", socorrer a Grécia, por mais errada que ela esteja, é a saída mais barata para todos os envolvidos, inclusive porque, se não socorrer agora, vai ter que voltar a socorrer em breve, não só por questões humanitárias, mas para evitar um maciço êxodo de gregos para os demais países e UE.

Para facilitar a compreensão, é como se um estado pequeno, Sergipe por exemplo, fosse enormemente deficitário e, sem financiamento da União, abandonasse o Real e criasse sua própria moeda, o "sucupira". Sendo um estado fortemente dependente da importação de bens e serviços, como a população de lá teria acesso aos itens necessários para sua sobrevivência? Quem aceitaria o "sucupira" de um estado falido? Você?

O plano de transformar os euros de circulação interna em reserva não deve funcionar, ademais se exauririam logo.

Ao contrário da crença comum, o erro não foi deixar economias tão diferentes se integrarem, o erro foi não estabelecer rígidos padrões fiscais para todos os países do sistema. Faltou a união fiscal, ou, no mínimo, a "lei de responsabilidade fiscal" europeia.

04 de julho de 2015
Aurélio Valporto é Economista e conselheiro da ANA – Associação Nacional de Proteção aos Acionistas Minoritários.

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