"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 23 de junho de 2015

AGÊNCIA STANDARD & POOR'S JÁ VÊ RISCO DE "REBAIXAMENTO"




Técnicos da agência de riscos Standard & Poor’s (S&P) vêm acompanhando com lupa os acontecimentos mais recentes do Brasil. Há uma preocupação enorme com o péssimo desempenho da economia, que pode registrar retração de até 2% neste ano e novo tombo em 2016.
Em conversas com analistas de mercado, a S&P não descarta o rebaixamento do país, que está a um passo de perder o grau de investimentos. Os técnicos da agência ressaltam, porém, a importância de o Brasil estar passando por um processo de depuração, limpando mazelas como as maquiagens fiscais e reduzindo a corrupção na Petrobras.
No entender da S&P, se o preço a ser pago pelo Brasil for a retração do Produto Interno Bruto (PIB) por estar botando as contas públicas em dia com transparência, aumentando as taxas de juros para derrubar a inflação e limpando a Petrobras por meio da Operação Lava-Jato, a tendência é de haver complacência. A chancela de bom pagador do país será mantida.
AJUSTE FISCAL
Os técnicos da S&P ressaltam que o ajuste fiscal prometido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está no caminho certo, independentemente dos percalços impostos pelo Congresso. Mesmo que o governo não consiga atingir a meta de superavit de 1,2% do PIB neste ano, o importante é a direção, que, neste primeiro momento, parece correta.
Na avaliação da agência, Dilma Rousseff não pode retroceder no ajuste, mesmo que a pressão de seu partido, o PT, seja forte, em nome das eleições de 2018, quando Lula deverá ser o candidato à sucessão presidencial. Se não houvesse uma mudança de postura do governo, depois do desastre dos últimos quatro anos, o Brasil quebraria e levaria anos e anos para se reconstruir.
LAVA JATO
O fato de a Justiça estar levando, sem interferência, a Operação Lava-Jato, que envolve políticos de calibre, também merece destaque, na avaliação da S&P. Para os técnicos da agência, se um caso de corrupção como a da Petrobras ocorresse no México, certamente o resultado seria diferente, com muita coisa abafada.
Isso comprova, segundo a S&P, a força das instituições brasileiras e a maturidade do país. A percepção na agência é de que, depois do estrago feito pelas “pedaladas” fiscais, que podem comprometer a aprovação das contas de 2014 do governo Dilma — o Tribunal de Contas da União (TCU) dará seu parecer hoje —, nenhum governo se arriscará a novamente pôr em risco os pilares da economia.
Quanto à corrupção, a percepção da S&P é de que, depois do escândalo da Petrobras, a roubalheira tenderá a diminuir, sobretudo se as investigações forem até o fim e os culpados por desviarem tanto dinheiro da maior estatal do país forem para condenados com rigor e presos.

23 de junho de 2015
Vicente Nunes
Correio Braziliense

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