Neste final de ano sombrio, eivado de pessimismo, com a inflação em alta e o desenvolvimento em queda, vale contribuir para a melhoria do humor geral com algumas historinhas que, se o leitor estiver disposto, poderá tirar lições capazes de inflar seu ânimo. Além da oportunidade para cada um estabelecer paralelos com a realidade.
SINAL DOS TEMPOS
Houve tempo em que o Zezinho e o Juquinha costumavam pular o muro do quintal da dona Maria para roubar goiabas. Já tinham a desculpa preparada, caso fossem flagrados pela velha senhora: “falamos que foram os comunistas!”
O tempo passou, os menininhos cresceram e o comunismo saiu pelo ralo, mas como as goiabas continuam suculentas, a moda mudou.
A criançada agora começa a dizer que a culpa pelo roubo das goiabas é dos empreiteiros.
“E SE EXISTIR?”
Voltaire passou mais de oitenta anos em luta contra a Igreja, negando a existência de Deus. Perto de morrer um Padre entrou no seu quarto tentando convencê-lo a receber os últimos sacramentos. “Em nome de quem o senhor se apresenta?” “De Deus” – respondeu o abade, para ficar sem resposta ao ouvir a réplica: “mostre a procuração!”
Mesmo assim, nos seus últimos momentos, Voltaire admitiu reconciliar-se com o sacerdote, pedindo para se confessar. Seus amigos, os filósofos, espantaram-se e pediram uma explicação. Sem perder a malícia, atalhou: “Continuo não acreditando, mas se por hipótese Ele existir mesmo, melhor será garantir-me…”
“SOU O CHEFE DELE!”
Vencedor de El Alamein, conquistador da Alemanha, Bernard Montgomery era um poço de vaidade. Terminada a II Guerra, os jornalistas indagaram a causa de seu sucesso e ele respondeu:
“É porque eu não bebo, não fumo, não jogo e não prevarico!” Winston Churchill, ainda primeiro-ministro, irritou-se, convocou os repórteres e firmou: “Eu bebo, fumo, jogo, prevarico e sou o chefe dele…”
“AQUILO QUE NÃO ME PODES DAR”
Alexandre havia derrotado os gregos e instalara-se em Atenas para gozar sua popularidade e preparar-se para invadir a Ásia, de onde nunca mais voltou, apesar de havê-la conquistado. Sabendo que no porto do Pireu morava dentro de um barril o mais sábio dos cidadãos, quis conhecê-lo.
Espantado com a pobreza de Diógenes e entusiasmado com seus ensinamentos, postou-se diante dele e ofereceu riqueza, palácios, honrarias e poder. Resposta: “Majestade, não me tires aquilo que não me podes dar.”
Acontece que Alexandre estava entre Diógenes e o sol…
11 de dezembro de 2014
Carlos Chagas
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