"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

VAI ACONTECER


 
Três fatos recentes me obrigam a voltar, nesse artigo, ao tema “Mais Médicos” no Brasil. O primeiro foi a publicação, no Diário Oficial da União, da Portaria 734 de 2 de maio de 2014, o segundo; a reportagem do programa “Fantástico” sobre a falta de médicos dentro dos hospitais brasileiros que foi ao ar no dia 25 do presente mês e o terceiro; a criação do “Programa Mais Médicos Brasileiros” por parte da SOBRATI – Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva – em conluio (esse é o termo jurídico correto) com a a UDABOL – Universidade de Aquino Bolívia.
 
O “resumo da ópera” é o seguinte: médicos, farmacêuticos, bioquímicos, dentistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos formados no Brasil, Argentina, Paraguai ou Uruguai podem agora, livremente, exercer sua profissão sem qualquer outra “exigência” de forma “intercambiável” nesses quatro países citados. Você pode se formar num desses países em qualquer uma dessas profissões e exercer sua atividade em outro: “tá tudo liberado”.
A reportagem do Fantástico, segundo tema da nossa discussão aqui, veio para mostrar (vejam só) que existem Unidades de Terapia Intensiva no Brasil funcionando sem médicos! Que “coisa”, né gente? Sobre isso digo o seguinte: Em janeiro de 2005 (não 20004 como publiquei no Facebook), eu fui acusado de quebrar a porta da Direção de um Hospital da Grande Porto Alegre e de ameaçar o diretor daquela instituição.
Minha advogada disse que, hoje, o valor da precatória que o Município (depois de ter perdido a ação) me deve passa de 50.000 reais. Querem saber por que eu fui na sala do vagabundo que dirigia o hospital? Porque eu não queria abandonar a UTI do Hospital sem médico! Hoje, quase 10 anos depois, a escória da Rede Globo está começando o Fantástico com a pergunta: "Você imagina que podem haver UTI's no Brasil sem médico??"
 
Nada como um dia depois do outro, não é? Seria irônico não fosse o fato de tratar-se, evidentemente, de uma preparação para que a sociedade brasileira passe a aceitar médicos estrangeiros dentro dos hospitais públicos da mesma maneira que aceitou os cubanos na Rede de Atendimento Básico. Atendendo esse objetivo, uma instituição, que não representa oficialmente os médicos intensivistas do Brasil, une-se a uma Universidade da Bolívia e cria o Programa “Mais Médicos Brasileiros”, onde (transcrevo aqui informação do site) “profissionais de saúde com comprovação de dois ou mais anos de atuação no Sistema de Saúde, poderão ingressar em Programa Especial de Graduação em MEDICINA através da Universidade UDABOL com Supervisão da SOBRATI, seja no aspecto da admissão, acompanhamento, formação e estágio.
 
Para tal os créditos educacionais básicos serão automaticamente incorporados após avaliação escrita, permitindo o ingresso em até o 7 semestre (de acordo com a formação curricular do profissional e adaptações de disciplinas), permanecendo o estudante por mínimo de dois anos em Santa Cruz - BO ( conforme classificação ) , em um ano de internato no Brasil para as disciplinas básicas de Clínica, pediatria, GO e cirurgia. A ênfase será em Urgência/Emergência.”
 
Temos pois, o seguinte: profissionais da área da saúde “circulando sem problema” algum entre o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Temos a maior rede de televisão do país preparando o clima junto a sociedade e mostrando pacientes morrendo dentro dos hospitais sem atendimento e temos uma sociedade de especialidade envolvida com assistência tipicamente hospitalar se preparando para trazer médicos para o país. Precisa mais ? Ninguém entende que um hospital cheio de cubanos, bolivianos, ou seja lá quem for, sem formação NENHUMA custa muito menos ao gestor público porque esses médicos não vão pedir exames nem solicitar procedimento de alto custo algum ??
Meus amigos, no início de 2013 eu avisei que médicos cubanos estavam chegando ao Brasil. E isso aconteceu. Eu avisei aos outros profissionais da saúde que eles seriam os próximos; isso aconteceu...Em 2005 eu paguei pessoalmente o preço de enfrentar uma administração hospitalar corrupta para não deixar pacientes abandonados numa UTI e agora estou avisando que estrangeiros vão ser trazidos ao Brasil e colocados dentro dos hospitais por um governo que mata prefeitos e negocia com traficantes – 
 
Vai Acontecer.

29 de maio de 2014
Milton Simon Pires é Médico.

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