"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 25 de maio de 2014

QUEM SOMOS NÓS, BRASILEIROS?



Por que não conseguimos nos mobilizar e formar um grupo de milhões a lutar pelo país? Que tipo de sociedade é a nossa, que aceita com espantosa e inacreditável passividade toda a sorte de desmandos praticados há séculos pelos governantes mais inescrupulosos, corruptos e canalhas?
Foram muitos os cientistas que se debruçaram sobre esta tão rica questão, sem conseguir encontrar uma resposta objetiva. Será algo ligado ao estudo da Antropologia? Ou Sociologia? Filosofia, talvez?
Há quem debite tudo ao Ensino Básico, Educação e Cultura, que nunca tiveram lugar privilegiado nas prioridades. Outros lamentam que aqui estiveram franceses, holandeses, italianos, japoneses, alemães e outros imigrantes, com propósitos diferenciados: uns trouxeram a guerra, enquanto outros vieram para morar. Neste caso específico, podemos encontrá-los em São Paulo e em toda a região Sul, em cidades que tomaram os nomes de suas origens: Americana, Novo Hamburgo e muitas mais.
EUA E BRASIL
Nos Estados Unidos, início do século vinte, ocorreu o mesmo, talvez até com menor intensidade. O norte do país (New York e New Jersey, principalmente) foi ocupado por europeus fugidos da guerra. Mas logo puseram-se a trabalhar e… produzir. Encontraram um fértil campo para desenvolver o país; plantaram e colheram, organizaram-se e fundaram associações… As oportunidades brotavam como flores na primavera. Estava nascendo uma potência mundial. A maior de todas.
Por que no Brasil não aconteceu o mesmo, se nossas terras são generosas para o plantio e colheita, nosso povo é criativo e reconhecidamente receptivo, e o sol brilha quase que doze meses por ano? Por que nunca tivemos a capacidade de formatar uma Nação, com um projeto para viabilizar os sonhos de todo um povo, com leis adequadas e respeitadas?
Por que até hoje suportamos tantas e tamanhas canalhices praticadas em todos os segmentos empresariais e governamentais?
Verdade que lá, nos Estados Unidos, surgiram líderes populares. Gigantes como James Madison, Alexander Hamilton, John Adams, Benjamin Franklin, Thomas Jefferson, Abraham Lincoln e Franklin Roosevelt escreveram páginas espetaculares na História dos Povos. E George Washington, que deu o Grito contra os ingleses?
“Chega!”, bradou Washington para os Senhores da Inglaterra. “Os juros que nos cobram são por demais escorchantes, não temos como pagá-los. Vocês já lucraram demais, enriquecem cada vez mais com o suor do povo da América. Não devemos mais nada! Se quiserem receber mais dinheiro, que venham: iremos recebê-los à bala!”
O EXEMPLO DE JEFFERSON
E Thomas Jefferson? Era muito rico. Após deixar a Casa Branca, foi morar num lugar distante. Doou tantas coisas, ajudou tantos pobres que acabou sendo um deles. Até que num belo dia… alguém na Casa Branca leu no jornal: “Vendo biblioteca inteira. Milhares de títulos, em muitos idiomas”, etc.
Foram no local e… quem estava vendendo a biblioteca? Ele mesmo, Thomas Jefferson.
Foi quando tomaram ciência de que nada mais havia restado da sua fortuna, a não ser seus livros.
Hoje, emocionado, fico a pensar que Jefferson foi um dos três (com Franklin e Adams) que escreveram a Constituição dos Estados Unidos. “Todo homem tem o sagrado direito de buscar sua felicidade”. Frase de sua autoria, que lá permanece até hoje.
“Eu? Sou apenas o funcionário público número um, do meu país. Trabalho para que todos os cidadãos americanos se realizem, consigam conquistar seus sonhos e construir as famílias que dignifiquem nossa nação”, dizia ele.
Quando estive em Washington, visitando seu Memorial, ajoelhei-me diante de sua enorme estátua e… rezei um Pai Nosso para ele. Os turistas ignoravam o porquê de eu estar fazendo aquilo.
E NÃO TEMOS ESTADISTAS?
Por que prosseguimos vendendo nossa Pátria por quaisquer trinta dinheiros? O que nos sufoca o grito de uma verdadeira independência? Por que nossos legisladores são historicamente tão sórdidos e canalhas??? Por que a falta de respeito para com as leis e com a cidadania constitui o pilar maior de uma democracia que nunca tivemos?
“Hei de fazer deste um governo do povo, pelo povo e para o povo”, disse Lincoln. No Brasil, os governantes afirmam: “Hei de fazer deste um governo para que eu e meus amigos enriqueçamos cada vez mais, às custas do suor do povo, cujo destino inexorável é trabalhar sem ter perspectivas”. Eis a diferença.
24 de maio de 2014
Almério Nunes 

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