"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

JOHN LENNON E A DITADURA PREVENTIVA





“A vida é o que realmente acontece enquanto você faz planos para a sua vida”.

O cidadão brasileiro descobrirá tarde demais o significado do truísmo de John Lennon. Aliás, o cidadão brasileiro não digo porque há uma enorme fatia deles que entende o logro que lhe estão impondo e se põe cada dia mais desesperada e perigosamente indignada. 
Mas a legião dos otários fundamentais. Aquela que engole com casca e tudo essa “ditadura preventiva da ditadura” que está aí. 
E o pior é que “os planos de vida” desta não eram nem mesmo os dela. 
Martelada desde o nascimento, sem memória viva do que lhe vendem como “História”, ou com o cérebro reduzido à inércia da escola à faculdade “maturado” na televisão - só tragando, tragando, tragando… - ela compra do jeitinho que lhe é vendida a dos camelôs do STF:

“Olha a democracia! Olha o estado de direito! Não requer prática nem tampouco habilidade! Está escrito na Constituição…” 
E lá vão eles, como boas reses na fila do cutelo do matadouro, engolindo o que quer que se lhes enfie como sendo isso, ate mesmo o que nem naquela constituição dela, feita por ela e para ela a privilegiatura jamais ousou assentar, preto sobre o branco, longe que estava ainda o limite da vergonha de 1988 deste de 2021!



Assim é que censura-se, prende-se e arrebenta-se já políticos eleitos, jornalistas e advogados de defesa sem julgamento “para prevenir que se venha a censurar, prender e arrebentar sem o devido processo um dia”; apaga-se, à discrição do dr. Alexandre, parcelas inteiras do eleitorado brasileiro; des-condenam-se os ladrões pela roubalheira que houve e se os põem a julgar e condenar a “roubalheira” que não chegou a haver; quanto mais recordes bate a vacinação, mais agressiva se torna a CPI do “atraso genocida da vacinação”; se não sai a verba da obra contra a miséria é crime contra o povo, se sai é crime eleitoreiro…

Não tem acerto entre esse lobo e esse cordeiro.

A luta contra o privilégio de mamar no Estado passou a eleger?
 
Proíba-se todo candidato, senão os financiadores pelo Estado. 
Não dá pra evitar que o outro lado também use a lei da ditadura? 
Proíba-se a lei da ditadura e prenda-se o “outro lado” sem lei. Tem gente escapando da estatização das campanhas? Tem eleitor pagando para ouvir mais que a mentira oficial? Proíba-se a “monetização” do discurso do inimigo.

Está, portanto, legalizado o fuzilamento econômico. 
Todo mundo já toma o maior cuidado com o que diz. 
O que restará por fazer depois de “tomada a eleição": legalizar o fuzilamento físico?



Os militares - e eu estou de prova porque estava lá - andaram bem mais devagar! Só aceitaram a guerra dessa mesma gente depois do 19º assassinato perpetrado por ela. 

Mas a imprensa “maior de idade” inteira, desde a que sofreu esse tipo de ataque do regime militar e de Getulio Vargas antes dele e resistiu heroicamente aos dois, agora aplaude que façam com os outros a mesma coisa que fizeram com ela. 
Não é atoa que já está em curso a diáspora brasileira...

Não chega a ser novidade. A imprensa velha “virou casaca” no mundo inteiro. É que grandeza não é hereditária. E por isso mesmo ofende. 
Existem indivíduos cujo heroísmo inicia as grandes sagas … que seus sucessores, arquetipicamente, no rancor da sua pequenez, cuidarão sempre de destruir. 
É da nossa espécie. Houve progresso, até! 
Antes das revoluções democráticas a lei condenava povos inteiros a suportar a pequenez dos herdeiros dos grandes conquistadores e reis do mesmo jeito que a Lei das SA ainda faz com as empresas dos grandes empreendedores e com os jornais dos grandes jornalistas.

O século 20 foi o dos grandes jornais e dos grandes jornalistas. O 21 é o da vingança dos pequenos. 
O sofrimento e a internet ha de engendrar novos, mas vai levar tempo. Até lá a democracia, filha da tolerância e da liberdade de informação, passará por mais um estado de coma como os dois primeiros que já atravessou na História com registro. Desta vez será mais rápido, é certo. 
Mas também estão dadas todas as condições técnicas pra que seja muito mais violento.

Quem viver verá. Mas, John Lennon por John Lennon, seria bem melhor "dar uma chance à paz"...



27 de agosto de 2021
vespeiro

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