sábado, 25 de junho de 2016

PEIXARIA-FANTASMA FOI USADA NA COMPRA DO JATINHO QUE MATOU EDUARDO CAMPOS


Esta é a “sede” da peixaria que movimentos R$ 21 milhões

















Entre as revelações da Operação Turbulência da Polícia Federal, está a constatação pelo COAF de que circulou pela conta bancária da empresa Geovane Pescados a quantia de 21 milhões de reais, desde 2013, quando foi aberta. A empresa não existe na prática. A conta da peixaria é uma das 25 usadas no emaranhado de créditos e débitos que a organização criminosa movimentava para lavar dinheiro de origem espúria – possivelmente oriundo de corrupção e desvios de verbas públicas, segundo os investigadores, e que abasteceu campanhas eleitorais.
Recursos que bancariam a compra do jatinho Cessna PR-AFA que caiu e matou o ex-governador Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial de 2014 saíram da conta dessa mesma peixaria. A peixaria recebeu ainda dinheiro de uma empresa fantasma de terraplanagem, de uma galeria de arte e de uma empresa de pneus de Goiás. “Sobreleva apontar, ainda, a equivalência entre o montante total creditado (R$ 10.491.801,12) e o montante total debitado (R$ 10.491.031,50) da conta da Geovane Pescados Eireli nesse período, sugerindo tratar-se de mera conta de passagem dos recursos, constituindo-se em indicativo de lavagem de dinheiro”, diz a Polícia Federal.
Diligências feitas pela Polícia federal mostraram que a Geovane Pescados não funcionava no endereço constante de seu cadastro, que é a residência de seu sócio controlador, Geovane de Sá Barreto, que diz desconhecer a existência da empresa aberta em seu nome.
Segundo os investigadores, Geovane era um dos “laranjas” do esquema de lavagem de dinheiro e a peixaria, sem jamais ter funcionado, movimentou nos bancos cerca de R$ 21 milhões de reais.
25 de junho de 2016
Felipe FrazãoVeja

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