Souza, que se afastou da PF para um tratamento psicológico, teria entregue ao advogado uma série de postagens no Facebook em que delegados da Lava Jato elogiavam o senador e candidato a presidente pelo PSDB, Aécio Neves, e criticavam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os textos, escritos num grupo fechado da rede social, foram publicados em reportagem do “Estado de S.Paulo”, em novembro do ano passado.
VAZAMENTO
Um inquérito foi aberto para apurar se Botelho comprou o material oferecido pelo delegado dissidente. Ao indiciá-lo nesta sexta, embora não ateste que houve pagamento de vantagens, a PF sustenta que o advogado cometeu o crime de corrupção passiva, ao participar do vazamento do dossiê produzido pelo agente público.
A investigação foi aberta depois que a PF encontrou anotações feitos pelo dono da construtora, Marcelo Odebrecht, em um bloco de notas.
Um dos textos dizia: “Trabalhar para anular (dissidentes PF…)”, o que foi interpretado pela polícia como sinal de que ele pretendia fazer algo para acabar com a investigação. A Odebrecht sempre refutou essa versão.
OUTRO LADO
Responsável pela defesa de Augusto Botelho como representante do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o advogado Guilherme Batochio classifica o pedido de indiciamento como “esdrúxulo” e diz que “estão querendo criminalizar o exercício da advocacia”.
“Não existe nenhuma base empírica para pedir o indiciamento. Como pode haver um indiciamento por corrupção passiva contra alguém que sequer é funcionário público e sem qualquer indício de cobrança de vantagens?”, questiona Batochio.
02 de maio de 2016
Gabriel Mascarenhas e Márcio Falcão
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