sábado, 21 de março de 2015

MERCADO DE ARTE - O PARAÍSO DO VALOR DE ESTIMA



Como as ovelhas esperam ser tosquiadas no início do verão, também os novos ricos, no começo de seu alpinismo social.

A obra de arte é por excelência apenas (ou quase só) valor de estima.

Um copo do melhor cristal tem a mesma utilidade de um de vidro.

Uma bandeja de madeira serve bem como uma de prata.

Um quadro é somente tecido, madeira e tinta. Sua utilidade pode ser tapar um buraco na parede.

Não critico os antiquários nem os galeristas. Tratam bem de seus clientes, os ensinam e aconselham; cuidam de suas angústias como um psiquiatra ou guru.

Quadro, escultura, jóia ou antiguidade são apenas o que nos medicamentos se chama q.s.p. (quantidade suficiente para).

Na hora da necessidade, um negociante paga apenas o peso do metal de uma verdadeira obra de arte de um ourives ou prateiro.

O grande atrativo do mercado de arte para os políticos é a possibilidade de “lavar” dinheiro.

Compras e vendas milionárias servem bem para ocultar negócios escusos.

O acervo apreendido na Lava Jato não me deixa mentir...

21 de março de 2015
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.

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