sábado, 10 de janeiro de 2015

BOVINO DIVINO


 

O curral do altiplano está avacalhado.

A manada reunida jamais será vencida.

Entre os escalados para compor a comissão organizadora da festa do Bumba meu Boi estão o Boitatá, o Boituva, o Boiçucanga, o Playboi, o Boi Livre (Free Boi) e os Bois de Boulogne.

O Boitatá, cobra criada, propõe relativizar o direito de propriedade.

O Boituva, paraquedista, pretende aumentar a coleta de capim para manter o fluxo das mamatas inalterado.

O Boiçucanga chegou de parapente e já incomoda muita gente.

O Playboi, também conhecido por Molusquinho, é digno herdeiro das funções de espalhar matéria fecal conforme a musiquinha.

O Boi Livre inventou uma maneira original de organizar um banco de estrume a ser oportunamente lançado nos ventiladores.

Já os de Buologne são invisíveis. Desapareceram como por encanto e ficaram apenas os bosques onde viviam no passado.


Eram bois diferenciados e inspiraram o personagem M. Jourdain da obra “Le Bourgeois Gentilhomme”, hoje só encontráveis nas colunas sociais.

Um dia a festa acaba. Quem mamou, mamou. Já se começou a esconder o leite. Para nosso espanto e deleite.


Por isso, como diria um amigo Tirolez, lá pelas bandas do Monte Aprazível do Falcão petista:

Te cuida, Latorraca...

10 de janeiro de 2015

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.

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