sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A VOVÓ NOEL

Pelo andar da carruagem da Vovó Noel, a coisa está ruça.
 
Por ainda não ter entregue os presentes natalinos, está de saco cheio.
 
Pensa em modernizar o evento. O vermelho anda fora de moda. Vestirá uma roupa azul. Assim, se precisar azular já estará no clima.

Briga com as renas, veadinhos e duendes por qualquer escandalozinho.
 
O verde quer manter porque acha que dá sorte: o porco se salvou no último minuto por obra de terceiros, não por esforço próprio; até agora é a cor das “verdinhas” tão cobiçadas; se for verdade, atestada por uma comissão, que a fruta dá no tempo, o seu abacaxi ainda não está maduro, como o do vizinho do norte. Mas nada é perfeito.
 
Uma lástima que os homens de verde não peçam desculpas. Terá que criar um neologismo: o verbo “abacaxir” ( Eu abacaxio, tu abacaxias, ele abacaxia ...)

As crianças mimadas estão inquietas, insaciáveis e insubordinadas.
 
O coro não dá no couro. Não consegue entoar uma ode a Brecht (Bertolt).

Pressente o drama em Veneza. O Cá d'Oro se transforma num Cá amargo.
 
Com a correia esticada até o pescoço vai tomar mais flechada que São Sebastião.

12 de dezembro de 2014
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário