segunda-feira, 12 de maio de 2014

XADREZ E MEDICINA


O posto 12 no calçadão da praia do Leblon era o ponto de encontro de vários enxadristas da cidade (agora o ponto está numa praça perto dali).
O clube informal, "fundado" pelo francês Pierre, já recebeu artistas, como o maestro Severino Araujo (que sempre aparecia quando tinha uma folga da Orquestra Tabajara), jogadores federados, como o Christian Toth, jogadores de outras cidades, como o brasiliense Lincoln Lucena (que apareceu por lá incógnito mas foi denunciado pela barba) e, principalmente, anônimos aficionados (que eram a grande maioria).

Um deles era médico e, durante uma partida, fez um comentário para o adversário.

- Este seu lance não pode ser bom. Você está com leucopenia.

- O quê? - perguntou o outro sem entender.

- Não me refiro a você! A sua estrutura de peões deixou sua posição com fraquezas nas casas brancas. Isso é leucopenia. Os leucócitos, por exemplo, tem esse nome porquê são brancos.

Stelling, que observava a partida, achou o comentário interessante e, para não interromper, ficou ali aguardando até os dois terminarem. Assim que a partida chegou ao fim, foi logo perguntando ao médico...

- Perdão, o Sr. fez um curioso diagnóstico (aliás, bastante correto pois o levou à vitória) mas e se as fraquezas estivessem em casas negras? Que mal seria?

- "Melampenia"! - respondeu o médico apontando para o braço queimado de sol.

12 de maio de 2014
in o problemista

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