CID GOMES É PROCESSADO POR FRAUDE EM FINANCIAMENTO NO BANCO DO NORDESTE

SEGUNDO A DENÚNCIA, O FINANCIAMENTO DE R$ 1,3 MILHÃO FOI DE FORMA FRAUDULENTA
SEGUNDO A DENÚNCIA, O FINANCIAMENTO DE R$ 1,3 MILHÃO FOI DE FORMA FRAUDULENTA (FOTO: FÁBIO RODRIGUES/ ABR)


O ex-ministro da Educação e ex-governador do Ceará Cid Gomes foi processado por Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional e por concurso de pessoas. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF-CE), Gomes obteve financiamento no valor de R$ 1,3 milhão de forma fraudulenta com o Banco do Nordeste do Brasil. A Justiça Federal no Ceará aceitou a ação.

O valor seria para a construção de um galpão para locações, na cidade de Sobral. Além de Cid Gomes, foram denunciados o sócio na empresa Corte Oito Gestão e Empreendimentos Ltda, Ricardo Sérgio Farias Nogueira, e nove funcionários do banco, que teriam aprovado a operação para favorecer o então governo do estado. Segundo a denúncia, normas de segurança de crédito da instituição teriam sido violadas.

O processo é datado em 27 de agosto de 2014. Segundo o documento, Cid Gomes e o sócio conseguiram, por meio da Agência Sobral Domingos Olímpio, um financiamento de 100% no valor mínimo de R$1.335.700. Não havia, no entanto, garantia de faturamento para que o empréstimo fosse quitado.

O empréstimo foi concedido por meio do programa Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – Programa de Financiamento às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte e Empreendedor Individual (FNE-MPE-Serviços). Segundo a denúncia, os sócios ‘participaram da articulação e consumação da infração penal’.

Segundo a denúncia, os funcionários do banco teriam calculado, com base em receitas superestimadas, o LRG (Limite de Risco Global) da empresa Corte Oito Gestão e Empreendimentos Ltda no valor de R$ 1.483.160,25, o que teria permitido a concessão do financiamento indevidamente no valor de R$1.335.700,00, com recursos do FNE.

Além de Cid e Ricardo, foram denunciados: Acy Milhomem de Vasconcelos, Micael Gomes Rodrigues, José Wellington Tomas, Leonardo Bruno Torres Braga, Eliene Silveira Mendes, Aurileda dos Santos Oliveira, André Bernardo Ponte Lima, Richardson Nunes de Meneses, José Robério Pereira de Messias.

A pena dos envolvidos por chegar a 12 anos de prisão, além de multa.



19 de abril de 2017
diário do poder

MINISTÉRIO PÚBLICO PEDE PRISÃO PARA MULHER DE EDUARDO CUNHA

Os procuradores querem que Cláudia Cruz cumpra pena em regime fechado e devolva 7 milhões de reais aos cofres públicos
Cláudia: procuradores querem que ela cumpra pena em regime fechado (Pedro Ladeira/Folhapress/Folhapress)


Os procuradores da Operação Lava-Jato pediram ao juiz Sérgio Moro que a jornalista Cláudia Cruz seja condenada por lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional. Os 12 procuradores que assinam os “memoriais escritos” entregues ao juiz Moro querem que a esposa do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, comece a cumprir a pena em regime fechado. Nas próximas semanas, o juiz Moro deverá anunciar sua sentença no processo em que Cláudia e o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada são réus.

O pedido de condenação de Cláudia Cruz se baseia em cinco fatos, todos ligados à manutenção de dinheiro não declarado no exterior. A jornalista sempre alegou que jamais teve conhecimento das movimentações ilegais do marido na Suíça, mas não convenceu os procuradores. “É claro que Cláudia Cruz, pessoa bem esclarecida, sempre teve conhecimento de que o salário de Eduardo Cunha, como servidor público, jamais seria capaz de manter o elevado padrão de vida por eles mantido”, diz a petição do MPF.

“Cláudia Cruz não foi simples usuária dos valores, mas coautora de Eduardo Cunha em lavar os ativos mediante manutenção de conta oculta com os valores espúrios, cuja abertura foi assinada por ela, bem como por converter os ativos criminosos em bens e serviços de altíssimo padrão”, dizem os procuradores. Para eles, Cláudia pagou despesas internacionais suas e de sua família com recursos ocultos que sabia serem provenientes do crime.

O MPF listou as compras de Cláudia e de sua filha Daniele Ditz Cunha nas melhores lojas do mundo, com dinheiro de propina que o marido ganhou em negócios ilícitos em contratos com a Petrobras, dinheiro esse que era depositado na Suíça. A lista inclui compras em lojas como Chanel, Louis Vuitton, Hermès e Cristian Dior, em cidades como Paris, Dubai, Lisboa e Roma.

Os procuradores estipularam um valor mínimo para a reparação do dano causado aos cofres públicos. Cláudia, se condenada, terá de ressarcir a União em 2,3 milhões de dólares (7 milhões de reais). Os réus Jorge Zelada, João Henriques e Idalécio Oliveira terão de ressarcir 77,5 milhões de dólares (240 milhões de reais).


19 de abril de 2017
Hugo Marques, Veja